"Musk acha que está acima da lei", diz Brian Mier
Entrevista revela motivações econômicas e políticas por trás do embate entre Elon Musk e o governo brasileiro
247 - Na entrevista concedida ao programa "Comando Geral da Notícia" da Rádio Cultura do Nordeste, o jornalista Brian Mier abordou questões relevantes sobre o recente embate entre o empresário Elon Musk e o governo brasileiro, em relação às políticas de moderação de conteúdo da rede social "X" (antigo Twitter). Questionado sobre a postura de Musk diante das decisões do ministro brasileiro, Mier destacou que o empresário, conhecido por respeitar as leis locais em diversos países, mudou subitamente de posição após interesses financeiros no Brasil.
"O que aconteceu? No mês passado, a empresa de veículos elétricos BYD começou as obras na primeira fábrica de carros elétricos no Brasil. A BYD está dando uma surra na empresa de Elon Musk, a Tesla, no mundo inteiro. Já ultrapassou a Tesla por muito para ser o maior produtor de carros elétricos no mundo."
Mier também apontou para motivações políticas por trás das ações de Musk, relacionando-as à campanha de Donald Trump nos Estados Unidos. "Só que como a estrutura legal é diferente, ele fica mais protegido. Então, seria um mau exemplo para a campanha do Trump se Bolsonaro e mais alinhados dele fossem presos antes das eleições em Novembro", afirmou.
Quanto à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, Mier concordou com as ações, destacando a necessidade de respeito à lei brasileira. Ele ressaltou que a ênfase em figuras individuais, como o ministro Alexandre de Moraes, não deve desviar a atenção do cumprimento das normas jurídicas.
"Não é de uma pessoa em si. É a lei brasileira que precisa ser respeitada. E o Musk acha que, porque o Brasil é mais pobre do que os Estados Unidos, que o Estado é mais fraco e que ele pode pisar em cima de todas as leis daqui..."
Ao abordar a relevância da moderação de conteúdo e a tentativa do Twitter Brasil (X) de se isentar das leis brasileiras, Mier alertou para os riscos de fragilização das medidas de combate à criminalidade online.
"Se eles conseguem o que eles querem fazer, de mudar as leis brasileiras para ampliar o chamado direito de livre expressão, a polícia não vai ter mais capacidade de pegar os dados pessoais dos pedófilos pelas mídias sociais."
Por fim, o entrevistado destacou a importância de compreender as diferenças entre os contextos jurídicos brasileiro e norte-americano, e agradeceu pela oportunidade de contribuir para o debate.
Clique aqui e ouça a entrevista.
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