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    Nélio Machado: PF tem indícios suficientes para avançar para uma eventual ação penal contra Bolsonaro

    Para o criminalista, não há como "afastar a presença de pessoas fardadas" e de "pessoas ligadas ao governo federal" na tentativa de golpe de 8 de janeiro.

    Nélio Machado, Mauro Cid e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | REUTERS | Divulgação/Polícia Federal)

    247 - O advogado criminalista Nélio Machado participou do programa Brasil Agora, da TV 247, e comentou os atos que marcaram um ano da intentona golpista de 8 de janeiro. Para ele, as investigações dos atos golpistas chegarão aos que planejaram e financiaram a tentativa golpista. "Toda a ambiência que permeia esse quadro não há como se afastar a presença de pessoas fardadas não legalistas. A presença de pessoas ligadas ao governo federal, a aquiescência com aquele acampamento e os episódios que antecederam a posse do presidente da República. O episódio do dia da diplomação e no dia 24 também - uma bomba", disse.

    O criminalista adverte que é preciso ir mais fundo na investigação e elogia o empenho da Polícia Federal, reforçando que há indícios suficientes para avançar para uma eventual ação penal contra Jair Bolsonaro. "Acho que houve uma progressão geométrica e aí talvez com ingenuidade ou com a euforia de novos tempos e talvez não se tenha dado conta, mas não seria possível também que o governo de então estivesse orquestrado nesse contexto. O presidente da República anterior não passou a faixa para o presidente eleito e o próprio secretário de segurança de Brasília estava na Flórida numa villegiatura quando na verdade era o seu dever viabilizar o bloqueio da Esplanada dos Ministérios", destacou.

    Para ele, "é claro que isso foi orquestrado, planejado, financiado com pretensões de ruptura institucional com a finalidade de derrubar o governo efetivamente eleito".

    Segundo Machado, o ato Democracia Inabalável, convocado pelo presidente Lula e realizado no dia que marcou um ano da intentona golpista, reforça que não pode haver anistia. "O que se pretendeu foi tirá-lo [Lula] do Poder a fórceps com uma ação que efetivamente demanda que se vá mais longe porque é evidente que não são essas pessoas que estão processadas as principais responsáveis por tudo que se passou. A democracia não é o apaziguamento, não é o perdão, não é o esquecimento. Ao contrário, esse assunto tem que ficar vivo na memória de todos", enfatizou Machado, que foi defensor de presos políticos na ditadura militar.

    Na visão de Machado, a presença de pessoas fardadas não legalistas e ligadas ao governo federal no acampamento não pode ser ignorada. Ele destaca os episódios que antecederam a posse do presidente, incluindo a bomba no aeroporto de Brasília e a invasão da Polícia Federal. O criminalista aponta para uma possível progressão geométrica dos eventos e destaca a importância de se considerar o contexto político na época. Ele critica a ausência de ações do governo para bloquear a Esplanada dos Ministérios e encerra ressaltando a necessidade de manter viva a memória desses eventos na sociedade brasileira.

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