"No limite, o imperialismo vai tentar derrubar o governo Lula", diz Breno Altman
Política externa depende de muito apoio interno. Por isso, o governo Lula precisa oferecer muitos ganhos materiais aos eleitores, alerta o jornalista. Assista
247 - O jornalista Breno Altman analisou as possíveis maneiras pelas quais os Estados Unidos poderão retaliar o governo Lula (PT) por seus recentes posicionamentos alinhados à Rússia e à China.
De acordo com o analista, o país norte-americano não terá uma reação externa explícita, mas tentará, em vez disso, influenciar a opinião pública brasileira por meio de aliados posicionados internamente: “a maneira pela qual os EUA reagirão contra o Lula, mesmo numa primeira etapa, não será externa, porque isso seria pouco conveniente. Os EUA não querem empurrar o Lula diretamente para uma aliança permanente com o Xi Jinping e com o Putin. Então, eu acredito que terão uma política de perfil baixo sobre as declarações que o presidente Lula têm feito. O que vai acontecer é que os EUA vão operar internamente, como sempre o fizeram. E isso é importante que o presidente brasileiro tenha sempre muito claro”.
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“O que é operar internamente? É operar através das alianças locais que os EUA têm: pela imprensa, por setores da burguesia brasileira, setores da academia, você vai buscar minar o apoio interno a essas posições do governo Lula. No limite, vai buscar minar o apoio ao governo Lula, vai tentar derrubar o governo Lula, isso é uma escalada. O presidente Lula se posicionou claramente nessa viagem à China - e vou te dizer que não me recordo outro momento na história da política externa brasileira em que um mandatário se posicionou tão claramente - contra o sistema imperialista que foi construído pelos EUA no pós-Guerra”, explicou.
Altman citou na entrevista à TV 247 exemplos de posicionamentos claros de Lula que desagradaram ao Ocidente: “uma posição tão clara especialmente nos temas que dizem respeito ao sistema financeiro mundial, ou seja, na ideia da superação do dólar como moeda de trocas comerciais e de fluxos financeiros entre os países da periferia do sistema capitalista, ou o chamado Sul Global; e o Lula teve uma posição muito firme a respeito da guerra na Ucrânia. A declaração de parceria estratégica que ele assina com o Xi Jinping deixa muito claro que o presidente brasileiro se contrapõe à lógica do sistema imperialista, além das entrevistas e discursos que ele fez na China”.
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