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“O governo brasileiro não tem que exigir nada da Venezuela”, diz Marcelo Uchôa

Jurista critica postura do governo brasileiro e alerta que interferência pode comprometer esforços de unidade latino-americana

(Foto: Divulgação | Reuters)

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247 – Em entrevista ao programa Giro das Onze, o jurista e professor de direito internacional Marcelo Uchôa fez críticas contundentes à sugestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo de Nicolás Maduro convoque novas eleições na Venezuela. A proposta surgiu após manifestações de diversos países, incluindo o Brasil, que não reconhecem o resultado das eleições que garantiram a reeleição de Maduro. Uchôa alertou para os riscos de interferência externa, defendendo que a questão deve ser resolvida internamente pelos venezuelanos.

“Pode ser que o nível de resposta do governo seja autoritário, o que não significa que seja uma ditadura. Inclusive, ele é mais autoritário porque a Venezuela também tem uma oposição de extrema direita mais autoritária, que mata pessoas, que explode usinas de energia, que boicota torres de transmissão", afirmou o jurista, estabelecendo um paralelo com o cenário político brasileiro.

Segundo Uchôa, a situação do país vizinho é atípica e merece cautela por parte do Brasil, que não deveria impor condições políticas ao governo venezuelano. "Esse assunto é dos venezuelanos, e eles precisam resolver", disse Uchôa.

Ele ainda destacou que a pressão internacional sobre a Venezuela, sobretudo do Brasil, pode prejudicar as tentativas de integração e reagrupamento de forças na América Latina, uma bandeira defendida pelo próprio governo Lula. "Essa coalizão prejudica e muito a própria tentativa do governo brasileiro de fazer uma unidade latino-americana", afirmou.

Uchôa também se mostrou preocupado com a possibilidade de o Brasil reconhecer outro candidato, como Edmundo Gonzalez, da oposição venezuelana, como presidente legítimo do país. "Eu espero que o Brasil rechace uma iniciativa dessa natureza. Se não quer ajudar, pelo menos não atrapalha", concluiu o jurista. Assista: 

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