"O governo Lula ainda está pagando a herança maldita de Bolsonaro", diz Guido Mantega

247 – No dia 12 de junho, o ex-ministro Guido Mantega concedeu uma entrevista ao programa Boa Noite 247, na qual discutiu diversos aspectos da economia brasileira e fez críticas à política monetária adotada pelo Banco Central. Mantega destacou que a taxa de juros elevada está impedindo um maior crescimento econômico durante o governo do presidente Lula.

Para Mantega, a taxa de juros no Brasil é absurdamente alta e não possui uma razão técnica para se manter elevada. Ele ressaltou que a inflação vem apresentando queda e, portanto, o Banco Central não teria motivos para manter os juros altos. Segundo o economista, essa política monetária está gerando uma crise financeira no país, afetando diretamente setores como a indústria.

O economista afirmou que a elevada taxa de juros tem impacto direto no consumo das famílias, já que torna mais difícil adquirir bens como eletrodomésticos e automóveis. Mantega apontou a falta de demanda como um dos principais obstáculos para o crescimento da indústria e destacou que a taxa de juros é uma das principais responsáveis por essa situação.

Mantega também criticou o governo anterior, liderado por Bolsonaro, afirmando que o país está pagando a "herança maldita" deixada por sua gestão. No entanto, ele demonstrou confiança na equipe econômica do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacando sua inteligência e capacidade de aprendizado. Mantega elogiou o diálogo de Haddad com o Congresso Nacional e acredita que o ministro está conduzindo bem a economia. "Haddad é inteligente e aprende rápido", diz ele.

Demanda ainda baixa – O economista comentou o resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2023, ressaltando que o crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor agrícola. No entanto, ele alertou que outros componentes de crescimento, como a indústria e o setor de serviços, não apresentaram resultados tão favoráveis. Mantega apontou a falta de demanda como um dos principais fatores que têm afetado esses setores. Assista: