“O governo Lula está comprometido com o ajuste e a reação do mercado é especulativa”, diz Mantega
Ex-ministro da Fazenda critica atuação do Banco Central e aponta pressão política no mercado cambial
247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou que a recente disparada do dólar tem caráter especulativo e criticou o que classificou como uma "campanha de desinformação" contra o governo Lula. Para ele, a valorização do câmbio foi impulsionada por interesses políticos e pela atuação do Banco Central (BC), presidido por Roberto Campos Neto.
“O governo está comprometido em fazer aquele ajuste que prometera de 70 bilhões de reais entre 2025 e 2026, e tudo indica que ele vai conseguir fazer isso”, declarou. Mantega lembrou que a primeira parte do pacote fiscal já foi aprovada pelo Congresso e criticou a reação negativa do mercado: “Não deveria ter essa reação especulativa após a aprovação”.
Segundo Mantega, o mercado mantém uma postura de pressão constante sobre o governo. “A subida do câmbio é uma maneira de fazer isso, pois essa valorização do dólar prejudica bastante a economia brasileira, causando inflação e afetando importações de insumos e mercadorias.” Ele alertou que a persistência desse quadro pode justificar novos aumentos da taxa de juros, aprofundando a crise econômica.
O ex-ministro também destacou a postura do Banco Central diante da alta do dólar. “O BC demorou a intervir. Começou a atuar somente quando o câmbio já estava acima de R$ 6,00”, criticou. Para ele, o comportamento da autarquia contribuiu para agravar o cenário: “Se tivesse iniciado as intervenções antes, o mercado teria recebido um sinal claro de que o BC não permitiria uma disparada”.
Mantega argumentou que a atual crise cambial é resultado de uma construção política deliberada. “Estão criando uma crise artificial. O país está indo bem, a economia está aquecida e o cenário deveria ser outro.” Ele relacionou a pressão no mercado à proximidade das eleições de 2026, acusando setores especulativos de anteciparem uma campanha de desestabilização: “Estão tentando inviabilizar o governo Lula.”
A desinformação nas redes sociais também foi abordada. Mantega mencionou rumores falsos sobre o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, como parte de uma estratégia de manipulação. A Advocacia-Geral da União (AGU) já solicitou à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a abertura de investigações sobre supostos crimes contra o mercado financeiro.
Ao final, Mantega defendeu que o governo e o Banco Central precisam agir para reverter o atual cenário cambial. “Há condições concretas de controlar o câmbio e impedir que o dólar continue nessa trajetória de alta, desde que o Banco Central seja mais ativo e enfrente a especulação com medidas firmes.” Assista:
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