O sionismo não suporta a crítica vinda de dentro do próprio judaísmo, diz Breno Altman
A crítica vinda de um judeu desmascara a “natureza racista e colonial do sionismo”, afirma o jornalista, alvo de uma campanha de perseguição dos sionistas
247 - O jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi e alvo de uma campanha de perseguição dos sionistas, da Confederação Israelita do Brasil (Conib), do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), explicou à TV 247 nesta segunda-feira (1) a razão de suas críticas provocarem tanto incômodo entre os defensores do sionismo.
Altman, que é judeu, é no Brasil um dos principais críticos do sionismo e dos crimes cometidos pelo governo de Benjamin Netanyahu, de Israel, contra os palestinos na Faixa de Gaza. Segundo o jornalista, as críticias, quando partem de um judeu, como ele, desmascaram o sionismo, já que a estratégia de reação imediata - que é classificar o opositor como antissemita - perde efeito. “A manobra ideológica fundamental do sionismo é se apresentar como a identidade universal dos judeus, de tal maneira de que quando você critica o sionismo você estaria cometendo antissemitismo. Esse é o grande truque que o sionismo construiu ao longo de décadas. O sionismo é somente uma corrente político-ideológica, como outra qualquer. Mas o sionismo, especialmente depois da sua encarnação no Estado de Israel em 1948, quando é fundado o Estado, tenta se apresentar como a identidade nacional judaica ou, como eles gostam de dizer, ‘a identidade ou o movimento da autodeterminação judaica’. E quando você tem especialmente judeus contestando o sionismo, denunciando os crimes do sionismo, revelando a natureza racista e colonial do sionismo, isso para eles é inaceitável, porque rompe a carapuça ideológica, a carapuça de marketing com a qual foi construída o sionismo”. >>> Breno Altman e sua luta contra os crimes do sionismo
“Eles estão em um momento muito difícil, porque as entranhas dessa doutrina racista e colonial estão muito expostas. O mundo hoje vê o que é o sionismo. No massacre contra a população em Gaza fica nítido o caráter racista, colonial, violento do sionismo. O mundo, a opinião pública mundial - ainda não os governos - se volta contra o Estado de Israel. Mesmo no judaísmo vários setores vão se descolando do sionismo e criticando o Estado de Israel. E isso deixa, especialmente as agências sionistas, em estado de polvorosa, desesperador, o que os torna cada vez mais agressivos. Então esse é o elemento central: quando a crítica veio de dentro do judaísmo, é inaceitável para eles”.
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