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    "O veto do Brasil à Venezuela é um equívoco da geopolítica brasileira e compromete a integração latino-americana", diz Genoino

    Ex-presidente do PT critica decisão brasileira e destaca sinal de resistência ao imperialismo na cúpula de Kazan

    (Foto: Reuters | ABR)

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    247 - Em entrevista recente ao Bom Dia 247, o ex-presidente nacional do PT, José Genoino, avaliou a recente cúpula do Brics em Kazan, Rússia, e criticou a decisão do Brasil de vetar a entrada da Venezuela no bloco. Para Genoino, a postura do governo brasileiro compromete os esforços de integração latino-americana e se distancia do papel geopolítico que o país deveria exercer.

    “O balanço que eu faço de Kazan é muito positivo”, afirmou Genoino, destacando que o encontro trouxe uma nova perspectiva no cenário global. Segundo ele, “Kazan representou um sinal, um ar diferente diante do imperialismo americano, diante da violência contra o povo palestino, diante da OTAN”.

    Genoino foi contundente ao abordar a posição do Brasil em relação à Venezuela, pontuando que “a diplomacia brasileira e o governo Lula” erraram ao vetar a inclusão do país no Brics, considerando o ato “um equívoco da geopolítica brasileira”. “A Venezuela é a maior reserva de petróleo e gás, não estamos falando de qualquer país. É um país que sofre todo tipo de boicote e violência do imperialismo americano e da comunidade europeia. Isso compromete a integração latino-americana”, enfatizou.

    O ex-presidente do PT defende que o Brasil deveria ter atuado de maneira mais estratégica para fortalecer o bloco na região. “Eu acho que o Brasil, se pensasse com mais ousadia, deveria ter proposto há anos a entrada da Venezuela. A questão de Estado não poderia ter sido resolvida com o Brasil assumindo essa postura”, concluiu.

    A cúpula do Brics em Kazan, realizada sob a presidência rotativa da Rússia, ocorreu entre os dias 22 e 24 de outubro e reuniu diversos países interessados em aderir ao bloco. Durante o evento, o presidente russo Vladimir Putin também expressou publicamente divergências com o Brasil sobre a posição em relação à Venezuela, que não teve seu pedido de adesão apoiado pelo governo brasileiro.

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