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    “Os chineses expuseram a fraqueza dos EUA”: Brian Mier analisa avanço da IA chinesa e impacto global

    Jornalista critica modelo econômico dos EUA e destaca colapso das big techs após chegada do DeepSeek

    (Foto: Brasil247 | REUTERS/Dado Ruvic)
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    247 - A recente ascensão da Inteligência Artificial chinesa, com o lançamento do modelo DeepSeek, provocou reações no setor tecnológico global e abalou os mercados financeiros nos Estados Unidos. Para o jornalista Brian Mier, o avanço da China na IA expõe a fragilidade do modelo econômico norte-americano, que prioriza o lucro dos acionistas em detrimento do bem-estar público.“A queda na bolsa e o enfraquecimento da economia estadunidense logo no momento em que Trump assume o poder é uma ótima notícia, porque desgasta a popularidade dele”, avaliou Mier em participação no Bom Dia 247. Segundo ele, o impacto do DeepSeek no Vale do Silício pode ser um divisor de águas na disputa tecnológica entre China e EUA.

    A principal diferença entre os modelos, segundo Mier, é que a China conseguiu desenvolver uma IA avançada com custos de energia e infraestrutura significativamente menores. “Os chineses demonstraram descaradamente a fraqueza do modelo estadunidense, que prioriza o lucro dos acionistas em vez do bem-estar público”, afirmou. Ele destacou que a Microsoft e outras gigantes norte-americanas investiram bilhões em Inteligência Artificial sem a eficiência demonstrada pelo DeepSeek.

    Mier também chamou a atenção para o que considera o colapso dos monopólios das big techs, que, segundo ele, se sustentam na exploração de dados e no controle de mercado. “Os monopólios de Vale do Silício, comandados por figuras messiânicas como Elon Musk e Zuckerberg, têm fortes laços com o movimento neonazista mundial”, denunciou.

    Outro ponto que preocupa Mier é a relação entre as big techs e governos ocidentais, especialmente no campo militar. Ele lembrou que o Meta, de Mark Zuckerberg, forneceu tecnologia de Inteligência Artificial ao Exército de Israel para o direcionamento de mísseis em ataques na Faixa de Gaza. “Não é bom, do ponto de vista da soberania, que qualquer país precise depender de uma empresa de IA dos EUA, que são o maior inimigo do Sul Global”, afirmou.

    A transparência do DeepSeek também foi elogiada pelo jornalista, que apontou a possibilidade de qualquer país ou universidade desenvolver sua própria IA a partir do código aberto da tecnologia chinesa. “Diferente do ChatGPT, que se vende como uma empresa de ‘Inteligência Artificial aberta’, mas mantém todo o código fechado, o DeepSeek permite acesso a todas as informações de seu funcionamento”, explicou.

    Mier acredita que a quebra do monopólio tecnológico dos EUA pode abrir caminho para que países como o Brasil desenvolvam suas próprias soluções em IA. “O Brasil deveria investir na criação de sua Inteligência Artificial própria, financiando pesquisas em universidades como a USP e a UFRJ”, defendeu.

    Para ele, a resposta das potências ocidentais ao avanço chinês já começou. “O império está em modo de controle de danos. A mídia anglófona, como New York Times e BBC, já está tentando deslegitimar o DeepSeek, dizendo que os chineses estão mentindo sobre os custos e roubando tecnologia”, disse.

    Apesar das tentativas de contenção, Mier avalia que o avanço chinês representa um marco na disputa tecnológica global. “Esse é um golpe gigantesco para o império”, concluiu. Assista: 

     

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