Paulo Betti: "Todos nós brasileiros fomos premiados.Viva o cinema nacional!"
Em entrevista à TV 247, ator comenta Globo de Ouro de Fernanda Torres, resistência cultural e desafios do audiovisual brasileiro
247 - Paulo Betti, renomado ator, diretor e professor universitário, compartilhou em entrevista à TV 247, uma reflexão profunda sobre a premiação de Fernanda Torres no Globo de Ouro como Melhor Atriz. Segundo Betti, o prêmio é uma vitória coletiva. "Eu me senti premiado junto. Todos nós brasileiros fomos premiados", declarou. A entrevista abordou desde os desafios do cinema nacional até a memória histórica em produções audiovisuais.
A obra que rendeu a premiação a Fernanda Torres foi o filme "Ainda Estou Aqui", que retrata a luta de Eunice Paiva, figura marcante na resistência contra a ditadura militar. "É uma história que nos traz reflexão e nos conecta a um passado que não pode ser esquecido", afirmou Betti. Ele destacou a relevância de manter viva a memória histórica em tempos em que, segundo ele, "há quem ache que ditadura é refresco".
Memória e conexão com a história nacional
O ator compartilhou memórias pessoais ligadas ao contexto da história de Eunice Paiva, mencionando sua relação próxima com a família de Marcelo Rubens Paiva, filho da homenageada, e o impacto que a trajetória de luta pela justiça teve em sua formação artística e cidadã. "Eu dirigi a peça Feliz Ano Velho e convivi de perto com a família. Essa conexão tornou tudo ainda mais visceral para mim", contou.
Betti também exaltou o talento de Fernanda Torres, descrevendo sua interpretação como "magistral" e destacando o humor e a sensibilidade da atriz. "Ela trouxe uma verdade tão profunda para o papel que emocionou até aqueles que não conheciam a história de Eunice", acrescentou, ao lembrar a experiência de assistir ao filme ao lado da família em um cinema no Rio de Janeiro.
Cinema nacional: resistência e desafios
Além de celebrar as conquistas, Betti ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo cinema brasileiro. Ele recordou episódios marcantes, como a resistência para exibir Cafundó, filme que dirigiu sobre João de Camargo, líder espiritual negro. "Na época, enfrentamos barreiras porque o tema incomodava grandes redes. Isso mostra como o mercado pode ser hostil a narrativas que fogem do mainstream", relatou.
O ator também comentou a ascensão do streaming e o impacto nas produções. Apesar de reconhecer a ampliação do alcance, ele criticou a falta de regulamentação que proteja os direitos dos intérpretes. "Estamos lutando para que nossos direitos sejam garantidos, tanto no streaming quanto diante da inteligência artificial", afirmou.
Uma trajetória acadêmica e política
Paulo Betti, que foi professor na Unicamp e estudou na New York University com bolsa da Fundação Fulbright, ressaltou como sua formação acadêmica influenciou sua carreira artística. "Tive a sorte de aprender com grandes mestres e de levar isso para minhas criações", disse. Ele também relembrou momentos de militância política e cultural, como sua atuação em campanhas e peças com forte teor social.
Futuro do cinema e esperança para o Brasil
Encerrando a entrevista, Betti expressou otimismo com o impacto de obras como Ainda Estou Aqui e a força transformadora da arte. "O cinema tem o poder de unir pessoas, de emocionar e de trazer reflexões necessárias. É essa conexão que nos dá esperança para o futuro", concluiu. Assista:
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