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    "Privatização da Eletrobrás é um crime contra o Brasil", diz Gilberto Bercovici

    Professor da USP avalia que a venda terá que ser anulada pelo próximo governo e aponta os caminhos

    Reprodução/Youtube | Reuters (Foto: Reprodução/Youtube | Reuters)
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    247 – O professor Gilberto Bercovici, da Universidade de São Paulo, avaliou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que a privatização da Eletrobrás foi um crime contra o Brasil. "Sem energia não há desenvolvimento", disse ele. "O Brasil está abrindo mão do controle das suas bacias hidrográficas e a tarifa de energia certamente vai subir. Energia comercializada a preço de custo vai ser vendida livremente, a preço de mercado", destacou.

    Bercovici disse ainda que a lei que viabilizou a venda da Eletrobrás tem uma série de inconstitucionalidades. "Não se respeitou o princípio da energia como bem essencial e a empresa foi vendida sem licitação", disse ele, que apontou os caminhos para desfazer o negócio. "Um caminho seria anular judicialmente, mas é complicado. Mas o governo pode recomprar as ações, desapropriá-las ou retomar as concessões", pontuou.

    Ele também refutou o argumento de 'quebra de contrato', que será usado pelos liberais, em caso de eventual anulação do negócio. "Quebra de contrato é o que fizeram agora", afirmou. "Os brasileiros foram enganados pela mídia no processo de privatização e o custo da energia terá peso cada vez maior na inflação. Na energia, o Brasil está trocando um monopólio estatal por um monopólio privado e a Eletrobrás foi comprada por parasitas profissionais. Para piorar, a lei não impõe nenhuma garantia de qualidade nos serviços", disse o professor.

    O professor da USP disse ainda que, nos Estados Unidos, as usinas hidrelétricas são do governo federal e são consideradas ativos de segurança nacional. "Aqui estão destruindo tudo, como se não houvesse amanhã", lamentou. Bercovici disse ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa ser mais incisivo na luta pela reestatização da Eletrobrás. "O Estado tem que coordenar o mercado, e não ser submetido a ele", assinalou.

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