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    Professor Jean-François explica tudo sobre a eleição na França neste domingo e aponta uma esperança

    Em entrevista ao programa “Denise Assis Convida” deste domingo, na TV 247, cientista político traz um toque de otimismo: "há esperança, se o índice de comparecimento aumentar"

    Jean-François Yves Deluchey (Foto: Arquivo Pessoal)

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    Por Denise Assis, do 247 - O professor Jean-François Yves Deluchey, Doutor em Ciência Política pela Universidade da Sorbonne Nouvelle; Conselheiro eleito dos Franceses residentes no Brasil, Guiana e Suriname; Membro da Assembleia dos Franceses do Exterior (AFE), E Professor associado da Universidade Federal do Pará (UFPA), acompanha daqui, com muito interesse, as eleições na França, seu país de origem. Apesar do susto inicial e de toda a apreensão que cerca o pleito, dado o risco real da ultradireita chegar ao poder no berço do humanismo, como a França é conhecida mundialmente, Jean, que falou em entrevista ao programa “Denise Assis Convida”, trouxe um toque de otimismo para o resultado desse domingo (07/07). Há esperança, se o índice de comparecimento aumentar, ele diz.

    “Eu gostaria de trazer uma nota positiva para elevar o moral da militância. Na noite dos resultados do primeiro turno, a mídia de uma maneira muito desonesta, aliás, celebrou a vitória do Reorganização Nacional (RN), (partido da ultradireitista Marine Le-Pen), quando o RN sozinho quase empatou com a Nova Frente Popular - um aglomerado que vai do centro à esquerda -, para tentar barrar a chegada do fascismo ao poder. Se a narrativa daquela noite eleitoral de domingo passado fosse empate, talvez houvesse mais mobilização para votar na esquerda. Por isso a mídia tem uma influência muito forte nisso”, supõe.

    Jean pondera que “naquele domingo, (o do primeiro turno), a mídia anunciava que quase 280 assentos no parlamento estavam praticamente garantidos para o segundo turno, para o Renovação Nacional, dando a pensar que o RN não só seria vitorioso, neste domingo do segundo turno, como também teria uma maioria absoluta, e que eu lembro, é de 289 deputados. No entanto, as pesquisas de opinião dão conta dia após dia, que esses números vêm baixando. A Nova Frente popular, na noite do primeiro turno, estava avaliada em 170 a 180 assentos, o que é longe da possibilidade de uma maioria”, afirma.

    Esperançoso, ele aponta que “hoje, o partido do Emmanoel Macrom está sendo mais bem avaliado, no sentido de que há uma tendência a que votem nos seus deputados. Justamente pelo fenômeno da disciplina eleitoral (estabelecida pela centro-esquerda), que vai levar os de esquerda a votarem nos candidatos de Macrom. Isto vai fazer com que de 125 a 130 deputados do Macrom se mantenham – quando na realidade a gente estava pensando em 70, na noite do primeiro turno –, o que é uma diferença significativa”, alerta. Já o “Renovação Nacional, pelas últimas pesquisas, ficaria com 200 deputados. Enquanto isto, a Nova Frente popular está subindo para 180 e a Nova Frente Popular, por sua vez, ganhou 40 e o Macrom ganhou 20, nos três últimos dias”.

    Segundo o acadêmico, “se esta tendência se confirmar – e eu fiz os meus cálculos, porque queria ver as 577 circunscrições (zonas eleitorais, aqui para nós) -, pensando na possibilidade de transferência de votos dos “macronistas” para um candidato de esquerda e vice-versa. Com isso eu cheguei a um resultado que poderia ser muito mais positivo para a Nova Frente Popular (o aglomerado de centro esquerda) que mostra que poderia haver maioria relativa no domingo”. 

    Jean considera possível “a Nova Frente Popular chegar na frente com 200 deputados, o Renovação Nacional chegar logo depois com 170 ou 180 deputados apenas, e o Macrom chegar com 140 deputados e a direita tradicional com 55. Isto faria com que a Nova frente Popular estivesse com a possibilidade de poder apresentar para o presidente da República, um nome a ser nomeado por ele como primeiro-ministro. Então, ânimo!”, exortou. 

    Mas, e sempre tem um “mas”, alertou: “Isso depende de uma chave nas eleições, do comportamento eleitoral dos eleitores de direita que se dizem republicanos, saber se eles realmente vão votar por uma força republicana da Nova Frente Popular, ou se eles vão tentar a experiência horrorosa da experiência do fascismo ao governo da França”. Entendam tudo do pelito desse domingo, assistindo ao “Denise Assis Convida”, às explicações do professor Jean-François, do que vai acontecer naquele país.


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