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    "Quem manda nos militares brasileiros são os americanos – e eles vetaram o golpe", diz Carlos Latuff

    Cartunista comentou a participação do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, na Conferência de Ministros de Defesa das Américas

    (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABR)
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    247 - O cartunista Carlos Latuff, em entrevista à TV 247, comentou a Conferência de Ministros de Defesa das Américas (CMDA), em Brasília, que contou com a participação do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e seus colegas de toda a região. 

    Além de expressar suas preocupações sobre a China e a Rússia, Austin deu um recado aos militares brasileiros, representados na conferência pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Em meio a seguidas declarações de Jair Bolsonaro se referindo ao Exército brasileiro como "meu Exército" e à intensificação da retórica golpista, o secretário enfatizou a necessidade de os militares estarem sob firme controle civil.

    Segundo Latuff, as declarações de Austin servem para reforçar a posição de Washington de oposição a qualquer tentativa golpista por parte do chefe de governo e seus aliados.  

    “Era muito previsível. Quem dá as cartas com os militares são os americanos, principalmente desde 1964 e a época da Guerra Fria, em que pipocaram golpes militares pela América Latina apoiados pelos Estados Unidos. As forças armadas desses países latinoamericanos estavam intimamente ligadas à Casa Branca e ao Pentágono. No caso do Brasil, continua assim”, disse Latuff. 

    Ele contou que traçou três possíveis saídas para o impasse posto por Bolsonaro. Os dois primeiros cenários já podem ser descartados:

    “Uma possível saída seria grandes manifestações populares que pudessem pressionar os militares e os políticos do Centrão, mas isso não vai acontecer, ou pelo menos não existe nenhum sinal de que isso vá acontecer tão cedo”.

    A outra possibilidade seria a abertura de uma dissidência interna nas Forças Armadas brasileiras em prol da democracia. “Se existe um facção que apoia o Bolsonaro, existe uma outra que, se não concorda, está de biquinho fechado porque está ganhando o seu também, tem o biquinho molhado pelo governo Bolsonaro e não está fazendo nada. A segunda possibilidade seria esse setor silenciado se levantar e dar um golpe dentro das Forças Armadas e destituir a autoridade desse núcleo bolsonarista”, disse Latuff.

    “A terceira possibilidade seria exatamente isso --uma ordem direta da Casa Branca. Se precisava, está aí, é público”, concluiu. 

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