"Só faz sentido chamar o Hamas de terrorista se Israel for classificado como estado terrorista", diz Boaventura Sousa Santos
Sociólogo português afirma que o Partido dos Trabalhadores acerta ao não classificar o grupo palestino como organização terrorista
247 – Em uma entrevista recente concedida ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o renomado sociólogo português Boaventura de Sousa Santos abordou uma série de tópicos complexos, desde o conflito israelo-palestino até a ascensão da extrema direita em diversos cenários. Suas observações oferecem uma visão crítica e instigante sobre questões geopolíticas e sociais atuais.
Uma das declarações mais marcantes de Boaventura Sousa Santos foi em relação ao Hamas. Ele apoiou a posição do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil, afirmando que "o PT acerta ao não rotular o Hamas como organização terrorista." Ele defendeu que o Hamas só poderá ser classificado como organização terrorista quando as ações de Israel forem consideradas "terrorismo de estado". Esta afirmação destaca a complexidade da classificação de grupos e atos de terrorismo no contexto do conflito israelo-palestino.
Sousa Santos também descreveu o conflito em curso como uma "guerra do Império contra o Sul Global". Ele citou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que se referiu à situação como "uma luta da civilização contra a barbárie, com Israel à frente". Essa perspectiva global do conflito enfatiza as implicações geopolíticas em jogo e a visão de que Israel desempenha um papel central nesse contexto.
Extrema Direita e Interesses do Capital – Ao abordar a ascensão da extrema direita, Boaventura Sousa Santos destacou a interconexão de diferentes elementos dessa tendência. Ele apontou que "igrejas evangélicas, sionismo cristão, bolsonarismo e Israel são as várias faces da extrema direita." Essa análise sugere que a extrema direita tem várias manifestações, mas, em última instância, compartilha interesses comuns, como a defesa dos interesses do capital.
Por fim, o sociólogo enfatizou a América Latina como um "campo de luta extraordinário" onde se misturam todos os interesses. Sua visão sugere que a região desempenha um papel significativo nas dinâmicas políticas e econômicas globais, com diversas forças competindo por influência e poder. Assista:
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