“Teremos uma escalada da violência e de ações dos chamados lobos solitários”, adverte Leonel Radde
Leonel Radde, que é vereador em Porto Alegre e policial antifascista, acredita que a partir do 7 de setembro ações violentas vão se tornar mais comuns e acirra até o 2 de outubro
247 - O vereador e candidato a deputado estadual pelo PT do Rio Grande do Sul, Leonel Radde, afirmou em entrevista ao programa Giro das Onze que ainda há um risco institucional de ruptura por parte de setores oficiais do estado como as Forças Armadas, setores da segurança pública que podem aderir a uma lógica golpista, assim como setores do Judiciário e Ministério Público.
“Mas no meu entendimento, temos um risco muito grande dessas atuações autônomas de cidadãs e cidadãos que se acham no direito de fazer um ato violento. sob a lógica do “vamos salvar o país" de alguma situação extremada, e muitos motivados por grupos de whatsapp e fake news”, afirmou Radde, que é policial civil e é ativista antifascista.
Ele classifica a tentativa de assassinato contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, como “um ato de terrorismo”, assim como a morte do petista Marcelo Arruda, assassinado por um bolsonarista.
“O que foi realizado contra Marcelo Arruda não é só um homicídio simples. Tem um homicídio compelido por um motivo de ódio, por uma lógica muito maior num conceito do ‘nós contra eles’, típico do fascismo. E isso tende a se aprofundar e a piorar nesse processo eleitoral com a chegada do processo das eleições de 2 de outubro. E acredito que a partir do 7 de setembro essas situações vão se tornar mais comuns, pois com certeza diversos apitos de cachorros serão feitos pelo Bolsonaro e seus apoiadores no sentido de mobilizar o grupo da extrema direita para ações mais diretas, inclusive forjando atentados com si próprios para dizer que quem fez o atentado foi o campo da esquerda”, adverte.
“Temos que estar muito atentos, pois a partir do dia 7 de setembro tenho certeza que teremos uma escalada da violência de ações coordenadas e também de ações dos chamados lobos solitários”, frisou.
Ao ser questionado sobre quais medidas para conter as ações de grupos nazistas que se proliferam pelo país, Leonel Radde defende a alteração da lei antirracismo.
“Temos que alterar a lei antirracismo. A lei 7.716 é completamente defasada, não dá resposta para outros símbolos que a extrema direita utiliza, símbolos racistas de apologia ao nazismo. O crime de racismo para conseguir enquadrar as pessoas precisa ser muito evidente nas palavras, caso contrário nunca acaba encaixando o tipo penal no ato”, explicou.
Para ele, é preciso “acabar com a injúria racial”, que acaba minimizando a pena. “É crime de racismo”, defendeu.
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