Brasileira do tênis de mesa faz estreia histórica na Olimpíada e buscará o ouro paralímpico
Aos três meses de idade, Bruna teve o braço direito amputado devido a uma trombose
PARIS (Reuters) - A brasileira Bruna Alexandre ataca e corta como os demais jogadores de tênis de mesa nos Jogos Olímpicos de Paris, mas ao sacar ela usa a mesma mão esquerda que segura a raquete para lançar a bola para o alto.
Esse movimento, que agora parece fácil e natural, era o mais difícil para Bruna aos 7 anos de idade, quando a menina com apenas um braço queria praticar o esporte.
Nesta segunda-feira, ela entrou para a história como a primeira brasileira e apenas a terceira atleta a competir nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, depois do corredor sul-africano Oscar Pistorius e da jogadora de tênis de mesa polonesa Natalia Partyka.
A primeira jornada olímpica de Bruna foi interrompida por um sorteio infeliz, com o Brasil enfrentando de cara a forte equipe sul-coreana na primeira rodada, mas ela conseguiu fazer duas boas apresentações mesmo ao perder suas partidas de duplas e individual.
"Não foi o resultado que eu esperava, mas estamos muito satisfeitos com o que conseguimos", disse Bruna, de 29 anos, depois que o Brasil perdeu por 3 a 1.
"Não desistimos até o final. A Coreia é uma das melhores equipes. Consegui marcar alguns pontos, o que me deixou muito feliz pessoalmente, e estou muito orgulhosa da minha equipe por ter lutado até o fim."
Aos três meses de idade, Bruna teve o braço direito amputado devido a uma trombose. Começou a jogar tênis de mesa aos 7 anos e ganhou vários campeonatos, além de uma medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e a prata em Tóquio, em 2021.
"Nunca desista de seus sonhos, independentemente de ter uma perna ou um braço. Acreditem que tudo é possível. Depois de 22 anos de carreira, hoje estou aqui nas Olimpíadas", disse ela.
Bruna acrescentou que agora está de olho no ouro nas Paralimpíadas de Paris, além de planejar voltar aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
"Houve outros atletas que conseguiram jogar nos Jogos Olímpicos também. Acho que isso pode ajudar não apenas o esporte, mas também a inclusão de pessoas com deficiência", disse ela.
Os Jogos Paralímpicos vão de 28 de agosto a 8 de setembro.
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