Mestiço afro-japonês é porta-bandeira do Japão na abertura da Olimpíada
Contratado pelo Washington Wizards, da NBA, o jogador de basquete Rui Hachimura é um dos esportistas de maior sucesso do país asiático. Ele é mestiço de mãe japonesa e pai natural de Benin, país africano. Atletas multiétnicos reacendem debate sobre duelo entre multiculturalismo e xenofobia no Japão
247 - O jogador de basquete Rui Hachimura foi escolhido para ser um dos porta-bandeiras na cerimônia de abertura das Olimpíadas. Ele é mestiço de mãe japonesa e pai natural de Benin, país africano. Contratado pelo Washington Wizards, da NBA, é um dos esportistas de maior sucesso do país asiático. Os relatos foram publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, na coluna de Angelo Ishi, sociólogo e professor titular da Musashi University em Tóquio.
Irmão do esportista, Allen Hachimura joga na equipe de basquete de uma universidade japonesa. Em maio, os dois publicaram no Twitter que recebem diariamente mensagens de ódio e questionaram: "Por que algumas pessoas ainda insistem que não existe discriminação racial no Japão?".
O apelo dos irmãos era uma referência ao debate provocado pelo comercial da Nike que viralizou no ano passado no Japão. O vídeo insinuava que uma mestiça afrodescendente e uma descendente de coreanos sofriam com discriminação.
A mestiça lia no celular uma postagem que perguntava se Naomi Osaka, a estrela do tênis que é afro-americana-japonesa, "é americana ou japonesa". Japoneses ficaram revoltados, afirmando que não existe xenofobia no país, conforme insinuado no comercial.
Quando Tóquio conquistou o direito de sediar a Olimpíada, a apresentadora de notícias Christel Takigawa (mestiça de pai francês e mãe japonesa) cativou os membros do COI discursando em francês impecável.
De acordo com o sociólogo Angelo Ishi, professor titular da Musashi University em Tóquio, os otimistas dizem que atletas multiétnicos "são a esperança de uma maior aceitação aos estrangeiros e ao multiculturalismo". "Os pessimistas alertam que mestiços e naturalizados só são tratados como 'japoneses' quando são úteis para os interesses do país. Cabe ver agora se a diversidade celebrada nestes Jogos será autêntica ou 'fake'", acrescenta o estudioso.
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