Polícia britânica examina ligações entre extrema direita e hooligans do futebol
Policiais acreditam que há um "cruzamento" entre os dois grupos violentos; autoridades trabalham em conjunto com a Liga Inglesa para evitar distúrbios
Por Roberto de Lira, Infomoney - O início da temporada de futebol na Inglaterra acendeu alertas das autoridades do Reino Unido, que estão examinando possíveis ligações de grupos de extrema direita como os hooligans.
Segundo reportagem do jornal The Times, os policiais acreditam que há um “cruzamento” entre os dois grupos violentos e já foram feitos contatos com a Liga Inglesa de Futebol, a segurança dos estádios e outras autoridades sobre táticas para evitar episódios de desordem.
O Reino Unido está passando por uma crise de segurança interna desde que começaram os protestos anti-imigração na semana passada, insuflados exatamente por grupos de extrema-direita nas redes sociais.
O jornal diz que o Centro Nacional de Coordenação da Polícia está fornecendo “apoio extra” aos clubes.
A primeira rodada da EFL Championship, a segunda divisão do futebol inglês, começou na noite de sexta-feira com dois jogos, tem outros oito marcados para este sábado, um no domingo e outro na segunda-feira.
A Liga deve aprimorar os avisos do programa lançado na temporada de 2022/20223 “Ame o Futebol. Proteja o jogo”’, lembrando os torcedores de medidas aprimoradas e sanções duras em vigor para ajudar a manter os ambientes de jogos seguros para todos.
“O futebol é um jogo inclusivo, com um poder único de unir os torcedores e reunir as comunidades para compartilhar e celebrar sua paixão. As mensagens serão promovidas aos torcedores ao longo da temporada, para lembrar os torcedores de ajudar a manter os dias de jogo uma experiência positiva e acolhedora para todos, deixando claro que a discriminação e outros comportamentos inaceitáveis não serão tolerados e medidas serão tomadas”, diz um comunicado.
Em entrevista à BBC, Yvette Cooper, secretária do Interior, disse que haveria consequências para aqueles que participassem da violência e que a tecnologia de reconhecimento facial estava identificando “criminosos de longa data” entre os manifestantes.
Gavin Stephens, chefe de polícia e presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia (NPCC, na sigla em inglês), disse estar confiante de que os clubes tomarão uma posição neste fim de semana contra o ódio, a violência e o racismo.
Para ele o “espírito comunitário” nas partidas de futebol pode atuar como um “grande contrapeso” a qualquer desordem, no entanto ele prometeu “apoio extra” aos clubes caso necessário.
Mas as rápidas e severas punições anunciadas contra manifestantes violentos e pessoas que insuflaram atos de vandalismo nas redes sociais nos últimos dias também pode ajudar a evitar conflitos.
As autoridade têm prometido que os torcedores de futebol que se envolverem em comportamento violento serão tratados “muito rapidamente” se a desordem continuar neste fim de semana. Nick Thomas-Symonds, o ministro do gabinete de Keir Starmer disse à Sky News que qualquer comportamento violento será tratado rapidamente pelo sistema de justiça criminal.
“Já vimos sentenças de até três anos proferidas. Pessoas agora enfrentando o interior de uma cela de prisão por causa da maneira terrível como se comportaram nos últimos dias. Mas também continuaremos a disponibilizar esses policiais adicionais e onde houver comunidades com temores particulares.”
Pelo menos 483 pessoas foram presas em conexão com os distúrbios e 149 foram acusadas de crimes, disse o NPCC na tarde de quinta-feira.
Não foram apenas os manifestantes de direita que pagaram esse preço. Um vereador do Partido Trabalhista foi preso por suspeita de “encorajar o assassinato” depois de supostamente pedir que manifestantes de extrema-direita tivessem suas gargantas “cortadas”. Ricky Jones foi suspenso do conselho municipal de Dartford depois de ser filmado fazendo a ameaça em uma manifestação em Londres na noite de quarta-feira.
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