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Pugilista argelina Imane Khelif busca ouro em Paris em meio a polêmica sobre gênero

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse neste sábado que "nunca houve qualquer dúvida" de que Khelif é mulher

Boxeadora argelina vibra após vitória nas quartas de final da categoria meio-médio na Olimpíada Paris 2024 03/08/2024 REUTERS/Peter Cziborra (Foto: REUTERS/Peter Cziborra)

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PARIS (Reuters) – A pugilista argelina Imane Khelif, que está tentando se tornar a primeira mulher de seu país a ganhar uma medalha de ouro no boxe olímpico, disse que está orgulhosa por ter garantido uma medalha para si mesma em meio a uma polêmica sobre sua elegibilidade para os Jogos de Paris.

A atleta de 25 anos venceu a húngara Luca Anna Hamori por decisão unânime em uma luta nas quartas de final da categoria meio-médio neste sábado para garantir pelo menos uma medalha de bronze -- a primeira medalha de boxe da Argélia desde 2000.

Khelif e uma outra boxeadora, Lin Yu-ting, de Taiwan, foram punidas em 2023 após a Associação Internacional de Boxe (AIB) afirmar que elas descumpriam as regras de elegibilidade de gênero da entidade, que incluem impedir que atletas com cromossomos XY competissem em eventos femininos.

Ambas as boxeadoras foram desqualificadas no Campeonato Mundial de 2023 em Nova Délhi.

A AIB não especificou por quais motivos elas foram reprovadas, e não foi demonstrado que elas têm uma condição genética que dá origem a uma diferença de desenvolvimento.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse neste sábado que "nunca houve qualquer dúvida" de que Khelif e Lin são mulheres que têm todo o direito de competir nos Jogos Olímpicos de Paris.

"Não há uma passagem fácil nas Olimpíadas, e tentarei estar totalmente pronta para a próxima luta", disse Khelif à televisão estatal argelina após sua vitória.

"Estou muito orgulhosa de mim mesma e de meu país. Luto pela bandeira do meu país e por um esporte que amo muito, e espero ser campeã olímpica depois de ganhar a primeira medalha no boxe feminino olímpico para a Argélia, para o bem da próxima geração."

Khelif dedicou sua medalha ao boxeador Moustafa Mousa, o primeiro argelino a ganhar uma medalha olímpica, que morreu no sábado.

O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, parabenizou Khelif por sua vitória em uma publicação no X, escrevendo: "Você honrou a Argélia, as mulheres argelinas e o boxe argelino".

"Estaremos ao seu lado, não importa quais sejam seus resultados. Boa sorte nas próximas duas rodadas."

O ministro dos Esportes da Argélia, Abderrahmane Hammad, disse que Khelif é "única".

Khelif enfrentará Janjaem Suwannapheng, da Tailândia, a quem ela derrotou no Campeonato Mundial de 2023 antes de ser desclassificada, nas semifinais de terça-feira.

Suwannapheng venceu a atual campeã Busenaz Surmeneli, da Turquia, em sua luta nas quartas de final.

"Sei que a boxeadora argelina é muito forte e tentarei assistir ao seu vídeo para aprender suas táticas e corrigir as minhas", disse Suwannapheng sobre Khelif.

Perguntada se Khelif deveria ter permissão para competir nas Olimpíadas, a medalhista de prata dos Jogos Asiáticos disse: "Não sei, mas não tenho medo de enfrentá-la nesse nível. Darei o meu melhor."

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