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    Bolsonaristas fazem baderna e montam feira em frente ao CMA, em Manaus (fotos e vídeo)

    Em outras épocas, nem mesmo carros poderiam ficar parados em frente ao maior grupamento militar da América Latina

    (Foto: Mário Adolfo Filho)

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    Por Mário Adolfo Filho, para o 247 - “Nossa vida virou um inferno. Não há mais paz para quem mora perto do CMA (Comando Militar da Amazônia)”. Assim define a moradora do condomínio River Side, prédio que fica bem em frente ao maior grupamento militar da América Latina. Em outras épocas, nem mesmo carros poderiam ficar parados em frente à unidade, mesmo que por problemas mecânicos. Hoje, manifestantes bolsonaristas, defecam, urinam, fazem churrasco e até dormem no local, tudo com a conivência do Exército Brasileiro.

    Segundo dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, na zona Oeste de Manaus, onde está localizado o CMA, moram mais de 230 mil pessoas. O trânsito, que em dias comuns já era pesado, agora está impraticável. Carros param em fila dupla, estacionam nas calçadas, pessoas ocupam e atravessam a pista quando bem entendem e caminhões de som tocam o hino nacional a qualquer momento do dia.


    “Teve um dia que eu contei o hino sendo tocado mais de 30 vezes em menos de 24h. É um absurdo. É muito alto. Ninguém aguenta mais. Um casal de idosos se mudou pra casa dos filhos porque estava com medo de passar mal e ficar preso no trânsito se tivesse que ir para o hospital. É um desrespeito e ninguém faz absolutamente nada. Estamos largados pelo poder público”, diz uma moradora do condomínio Reserva das Águas. 

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    Foto: Mário Adolfo Filho

    Condomínios 

    Moradores dos prédios que ficam na área se organizaram em um grupo de Whatsapp chamado “Não ao barulho”. São mais de 200 participantes relatando a todo instante algum ato do grupo de bolsonaristas. No final de semana, por exemplo, os manifestantes organizaram um churrasco a céu aberto, com fumaça invadindo os prédios vizinhos.

    “Tem gente dormindo aí. É insalubre. Montaram barracas na frente do CMA. Tem até banheiro químicos. Fazem necessidades na calçada. O odor de urina começa na passarela do Shopping Ponta Negra e se espalha. Eu nunca vi nada parecido.

    Moradores já deram entrada em uma representação no Ministério Público Federal (MPF) cobrando providências. Fazem parte da iniciativa moradores dos condomínios:  River Side, Reserva das Águas, Reserva das Praias, Weekend Club, Gran Vista View, Ponta Negra Village, Residencial Boa Vista, Reserva Inglesa (London), Reserva Inglesa (Liverpool), Residencial Turim.

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    Foto: Mário Adolfo Filho

    Conivência

    Impressiona a passividade do Exército Brasileiro, que faz questão de não se manifestar, mesmo com pedidos de notas de grande parte da mídia amazonense. Advogado e morador do condomínio Reserva Inglesa conta que, 15 anos atrás, o carro em que ele estava enguiçou em frente ao CMA. Ele foi obrigado por um soldado armado a empurrar o veículo. 

    “Eu estava voltando na Ponta Negra e fiquei sem gasolina. Dois minutos depois um soldado me disse que era área de segurança nacional e que eu tinha que sair dali. Empurrei o carro por mais de 100 metros, só pra não ficar na frente. Hoje a gente vê tudo isso e não fazem nada. Bolsonaristas podem fazer o que quiser na frente do CMA”, lamenta.

    O Exército Brasileiro continua sem responder às demandas da população e simplesmente silencia sobre o acampamento insalubre no local.

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    Foto: Mário Adolfo Filho

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