Caiado, se coerente, vai expulsar Helio de Sousa
Goiás vive a expectativa sobre destino do presidente da Assembleia Legislativa, do DEM, que prestigiou Dilma em Goiânia e aplaudiu o discurso em que Marconi criticou a intolerância contra a presidente; num arroubo caricato, típico de um Jair Bolsonaro, o senador e presidente regional da sigla afirmou que as palavras de Marconi envergonharam Goiás; Caiado, se quer preservar aquilo que qualifica como seu maior patrimonio, a palavra, terá ainda de reavaliar sua aliança com o PMDB, que, ao lado do PT, governa Goiânia; o senador, ao adotar um discurso ultramoralista, envereda por uma seara perigosa e conhecida, semeadura que há bem pouco tempo vitimou seu até então aliado Demóstenes Torres
247 - A classe política de Goiás vive a expectativa sobre qual será o destino do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Helio de Sousa, um dos quadros do DEM que prestigiaram a presidente Dilma Rousseff (PT) em Goiânia no evento em que o governo federal autorizou as obras do BRT da capital. Helio não apenas participou como aplaudiu o discurso em que o governador Marconi Perillo (PSDB) defendeu a manutenção da governabilidade de Dilma e denunciou um ambiente de intolerância e de afronta ao republicanismo. Para o presidente regional do DEM, senador Ronaldo Caiado, as palavras de Marconi, uma ato de submissão a Dilma, envergonharam Goiás.
Outra atitude que não a expulsão de Helio de Sousa derrubará a tão decantada coerência do senador. Para manter-se fiel ao seu posicionamento de neobrucutu, Caiado terá, ainda, de reavaliar sua recente aliança com o PMDB, que ainda hoje participa da gestão municipal de Goiânia, do prefeito petista Pulo Garcia, tendo na vice o peemedebista Agenor Mariano, que postou-se entre as autoridades do evento.
Terá de se distanciar também da bancada federal do PMDB, que vota fechado com o governo da Câmara Federal.
Deverá, por fim, reorientar seu discurso ultradireitista, no melhor estilo Jair Bolsonaro, para o neoaliado Iris Rezende, que pediu votos para Lula em 2006 e para Dilma em 2010.
Tudo em nome de sua coerência, característica que o próprio definia como sendo seu maior patrimônio até que decidiu pelo apoio a Iris no ano passado, após décadas de denúncias e ataques contra o cacique do PMDB de Goiás e seu histórico de malfeitos no BEG, na Caixego, no caso Astrográfica e outros.
Caiado enveredou por uma seara perigosa e conhecida do eleitor brasileiro ao adotar um discurso altamente moralista. Não poupa críticas nem mesmo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem acusou, com a revista Veja em punho, de proteger a presidente Dilma das investigações da Operação Lava Jato. Ao que parece, Caiado ambiciona ocupar o lugar vago entre os mosqueteiros da Editora Abril com a cassação de Demóstenes Torres. Estão os dois cada vez mais parecidos. E o final dessa história Goiás e o Brasil conhecem, não acaba bem.
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