Carol Solberg, que desafiou o bolsonarismo, recebe ameaças, mas não se arrepende
A jogadora Carol Solberg, que gritou "fora, Bolsonaro" após ganhar medalha de bronze em um torneio de vôlei, disse que está sofrendo ameaças de bolsonaristas. "Não me arrependo, zero, nem um pouco", afirmou. "O pior desse governo é o descaso com o meio ambiente, com a cultura e como estamos lidando com a pandemia do coronavírus. Isso sem falar de corrupção"
247 - A jogadora Carol Solberg, que gritou “fora, Bolsonaro” após ganhar medalha de bronze na etapa de Saquarema (Rio de Janeiro) do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, disse que está sofrendo ameaças de bolsonaristas nas redes sociais e teme "pela democracia". Carol é filha de Isabel Salgado, campeã mundial e uma das maiores jogadoras da história do vôlei de praia brasileiro.
"Não me arrependo, zero, nem um pouco. Foi totalmente espontâneo, um grito mesmo, uma coisa que está entalada há muito tempo, por conta das coisas que estão acontecendo no nosso país. Está no peito, na garganta... e sinto que nós atletas temos a obrigação de usar a nossa voz. E o momento em que estou em quadra é o momento que tenho voz", afirmou ao jornal O Globo.
"O Bolsonaro incentiva discursos de ódio. Mas, para mim, o pior desse governo é o descaso com o meio ambiente, com a cultura e como estamos lidando com a pandemia do coronavírus. Isso sem falar de corrupção. O maior medo que tenho é em relação à democracia", acrescentou. "Como cidadã me sinto na obrigação de me manifestar e exercer a minha cidadania mesmo".
Patrocinada desde 1991 pelo Banco do Brasil, a Confederação Brasileira de Vôlei afirmou que "tomará providencias para que episódios como este não se repitam".
"Amo o que eu faço, amo jogar vôlei, mas ser punida por me manifestar?? Me sinto totalmente no meu direito de fazer isso. Teve outra história no vôlei, do Wallace, que não sofreu punição", disse Carol. "Sei que isso pode acontecer, mas acho errado. Estou esperando as coisas acontecerem para falar sobre punição. Porque não tenho ideia do que vai acontecer".
A jogadora criticou a cultura do medo. "Um monte de gente com medo... é o fim da picada. Sei que os atletas precisam de patrocínio para viver e eu também. Mas não podemos ter medo. Essa regra que o COI também tem é absurda e deveria ter caído há tempos. Cada voz faz diferença e acredito que a gente tem de usá-la. O Pantanal queimando, 140 mil mortes por Covid, o desgoverno do jeito que está e eu que vou ser punida?", questionou.
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