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Caso Lucy Letby: enfermeira condenada por matar bebês no Reino Unido pode ser inocentada

Comissão independente revisa provas e aponta erro judicial; especialistas dizem que mortes ocorreram por causas naturais ou falhas médicas

Lucy Letby (Foto: Reprodução)

247 - A enfermeira britânica Lucy Letby, condenada à prisão perpétua pela morte de sete bebês recém-nascidos e pela tentativa de assassinato de outros seis, pode ser inocentada após uma nova análise do caso. Segundo o UOL, uma comissão independente revisou as evidências que levaram à condenação e não encontrou provas de que os bebês tenham sido assassinados.

De acordo com o grupo de especialistas, as mortes teriam ocorrido por complicações naturais ou falhas nos cuidados médicos prestados no Countess of Chester Hospital, onde Lucy trabalhava. "Não encontramos nenhum assassinato. As provas usadas para condená-la são equivocadas", declarou o médico Shoo Lee em coletiva de imprensa.

Erro judicial e pedido de revisão

Diante da nova análise, a defesa da enfermeira entrou com um recurso para que o caso seja revisto pela Justiça britânica. O ex-ministro David Davis, que participou da coletiva, classificou a condenação como “uma das maiores injustiças dos tempos modernos” e defendeu um novo julgamento.

O tribunal britânico confirmou que está analisando o pedido, mas destacou que o processo pode levar tempo devido ao "grande volume de provas" a serem reavaliadas.

Relembre o caso

Lucy Letby foi condenada em agosto de 2024 a 14 penas de prisão perpétua, após um julgamento que durou dez meses e chocou o Reino Unido. Segundo a acusação, ela teria cometido os crimes entre 2015 e 2016, injetando ar na corrente sanguínea dos bebês, administrando doses letais de insulina ou fornecendo leite em excesso a recém-nascidos prematuros e doentes.

As suspeitas começaram quando médicos perceberam um aumento no número de mortes infantis após a chegada de Letby ao hospital. O médico Ravi Jayaram afirmou ter alertado a administração sobre o comportamento da enfermeira em 2015 e 2016, mas as denúncias foram ignoradas.

"Vi Lucy de pé ao lado de uma criança com o tubo de respiração desalojado, observando os níveis de oxigênio caindo sem fazer nada", relatou Jayaram. Ele interveio para ajudar o bebê, mas a criança morreu três dias depois.

A polícia britânica iniciou uma investigação sobre a morte dos bebês em 2017, após novas denúncias. Durante as buscas na casa de Letby, os agentes encontraram um bloco de anotações no qual estava escrito: "Eu sou uma pessoa horrível e má. Eu sou má e fiz isso".

Agora, com a revisão das provas, a condenação de Lucy Letby pode ser reavaliada, levantando questionamentos sobre a justiça do veredicto que a classificou como a pior assassina de bebês da história recente do Reino Unido.