Chega à Câmara projeto que aumenta o valor do IPTU
Proposta do prefeito Garcia, que visa definir novas alíquotas do imposto, foi duramente criticado pela oposição, para quem o plano objetiva apenas salvar as “precárias finanças da Prefeitura”; “O prefeito quer aumentar a arrecadação, para cobrir déficits, mas sem mexer nas despesas”; afirmou Geovani Antonio; para Elias Vaz, o projeto erra feio ao não prever isenção para os imóveis de baixo valor: “Garcia quer aumentar a receita ao invés de fazer justiça fiscal”
247- Foi lido na sessão ordinária de hoje (13) da Câmara o projeto de lei complementar do prefeito Paulo Garcia, do PT, que altera o Código Tributário Municipal (CTM) no que diz respeito à cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
O projeto foi protocolado na Casa no último dia 8. Em plenário, serão necessários 23 votos favoráveis para a sua aprovação.
Após a leitura do projeto, o presidente Clécio Alves, do PMDB, determinou o envio da matéria para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que tem na presidência o petista Carlos Soares. Soares vai agora escolher um relator, mas anunciou que pretende realizar audiências públicas com vários segmentos sociais e empresariais para discutir as alterações propostas pelo Paço sobre o IPTU.
Tabelas
Na justificativa, Paulo Garcia afirma que o projeto tem por objetivo ajustar a legislação, como forma de definir novas alíquotas a serem aplicadas, que passarão a ser progressivas. Ou seja, o imposto será calculado não mais conforme a zona residencial mas de acordo com o valor venal do imóvel residencial ou territorial.
No projeto, o prefeito cria três novas tabelas de incidência do IPTU, com valores variados do imóvel e do imposto. Na Tabela 1, por exemplo, estão os imóveis de uso residencial, com valores que variam entre R$ 25 mil e acima de R$ 1 milhão. No caso, as alíquotas variam de 0,0020 (imóvel avaliado em R$ 25 mil) a 0,0070 (imóvel com mais de R$ 1 milhão).
A Tabela 2 diz respeito aos imóveis de uso não residencial, com valores das alíquotas variando de 0,0055 a 0,0100. Nesse caso, os valores desses imóveis variam também entre R$ 25 mil (menor) a mais de R$ 1 milhão. Na Tabela 3, as alíquotas para imóveis não ediificados, vagos ou não utilizados variam entre 0,0100 a 0,0400.
Críticas
Vereadores da oposição, entre eles Elias Vaz, sem partido, e Geovani Antonio, do PSDB, criticaram duramente a proposta do Prefeito. O líder do PT na Casa, Carlos Soares, defendeu a in iciativa do Paço, alegando que “se trata de um projeto que visa acabar com a especulação imobiliária em Goiânia, ao implantar o IPTU progessivo. Uma medida para acabar com lotes baldios existentes na cidade”, ponderou.
Mas Elias e Geovanni pensam diferente. Para eles, o projeto visa apenas salvar as “precárias finanças da Prefeitura”. “O prefeito quer aumentar a arrecadação, para cobrir déficits, mas sem mexer nas despesas. É um projeto polêmico e a Câmara tem de estar atenta para não cometer injustiça. Não podemos elevar mais impostos para o cidadão”, disse o tucano.
“Na verdade, o projeto erra feio ao não prever isenção fiscal para os imóveis de baixo valor. Garcia quer aumentar a receita ao invés de fazer justiça fiscal. Ele acertou ao acabar com o zoneamento mas erra ao não prever a isenção fiscal”, lembrou Elias.
(Com texto de Antônio Ribeiro dos Santos, da Diretoria de Comunicação da Câmara)
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