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    Governo do Estado não vai interditar praias

    Governo de Pernambuco não acatará a recomendação do Ministério Público Estadual (MPPE) de interditar alguns trechos das praias da Região Metropolitana do Recife (RMR) em razão do risco de ataques de tubarões; “Faltam elementos técnicos que permitam ao Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões) adotar essa recomendação”

    Governo do Estado não vai interditar praias
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    PE247 – O Governo de Pernambuco não acatará a recomendação do Ministério Público Estadual (MPPE) de interditar alguns trechos das praias da Região Metropolitana do Recife (RMR) em razão do risco de ataques de tubarões. “Faltam elementos técnicos que permitam ao Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões) adotar essa recomendação”, declarou o secretário estadual da Casa Civil, Tadeu Alencar.

    Em contrapartida, o promotor de Justiça, Ricardo Coelho, afirma que entrará com uma ação civil pública depois do prazo de 15 dias estipulado pelo Executivo estadual para dar uma resposta formal sobre o pedido, que ocorreu nesta terça-feira (23), um dia após o ataque de um tubarão, na Praia de Boa Viagem, no Recife e que resultou na morte de uma turista. “O governo tem um prazo de 15 dias para dar a resposta formal, escrita, e a gente vai aguardar essa resposta, para oficializar (o pedido)”, informou.

    Segundo o secretário Tadeu Alencar, o ministério público por não apresentou pesquisas e laudos para comprovar a necessidade de interdição nas praias do Grande Recife a fim de evitar ataques de tubarão. Seguindo a posição da presidente do Cemit, Rosângela Lessa, o dirigente disse, ainda, que o governo não colocará redes de proteção no mar e que a atuação do Corpo de Bombeiros já é suficiente.

    “Não houve parecer, laudos e avaliações mais profundas que justifiquem isso. É uma medida que priva a população do seu direito de ir e vir, num ambiente da Região Metropolitana do Recife onde faltam muitas vezes espaços de lazer. O acidente sempre está vinculado à desobediência daqueles critérios que recomendam o distanciamento adequado da água”, declarou. “Não há nada a corrigir na atuação do Corpo de Bombeiros. Houve uma atuação exemplar das medidas preventivas e de socorro. Elas foram adotadas com rigor pelo Governo do Estado”, afirmou.

    Por sua vez, a presidente do Cemit confessou que ficou surpresa com a recomendação do MPPE. “Entendemos que há falta de conhecimento sobre o que faz o Cemit e como ele vem atuando. Discutimos que todas as estratégias tomadas foram as melhores estratégias no mundo sobre áreas onde há possibilidade de ataque de tubarão. As medidas do Cemit são tomadas com base internacional e são compatíveis com a segurança humana e a conservação ambiental. As medidas adotadas não pretendem resolver o problema ambiental”, disse, de acordo com informações do Portal G1 Pernambuco.

    Reforçando a declaração do secretário Tadeu Alencar, a dirigente afirmou que o órgão não colocará redes de proteção no mar. “Existem resultados obtidos e elas causam imenso impacto ambiental e altas taxas de mortalidade de várias espécies. Criam uma série de constrangimentos perante outros órgãos ambientais e não garante 100% de proteção, pois os equipamentos não podem ser contínuos e os ataques ocorrem dentro das redes”, justificou.

    Já o promotor Ricardo Coelho disse que os dados estão no próprio site do Cemit, após o secretário da Casa Civil afirmar que faltou critérios técnicos do MPPE para recomendar a interdição em trechos das praias da região metropolitana. “Essas informações técnicas estão todas disponíveis ao público no site do Cemit. A alegação de que a medida pode afetar o movimento de turistas é absolutamente equivocada, esse ataques seguidos, isso sim é que afeta. Se a gente já estivesse com a interdição dos banhos nos locais mais perigosos, com a colocação de rede e com campanhas educativas sendo veiculadas, talvez a gente tivesse chegado ao patamar de risco de ataques próximo a zero”, complementou.

    O ataque da última segunda-feira (22) foi o 59° no Estado em desde 1992, com 24 mortes, incluindo a de Bruna da Silva Gobbi, vítima do último incidente. Vale ressaltar, também, que entre 2004 e 2012, cerca de 400 tubarões foram capturados na costa pernambucana.

     

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