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    “Isso só deu mais força”

    A declarao de Maria do Cu, cone do grupo LGBT pernambucano, demonstra que a proposta de proibir eventos na Avenida Boa Viagem, aprovada em primeira discusso na Cmara do Recife, no abala os movimentos que utilizam o local como palco de suas manifestaes.

    Andréa Rêgo Barros avatar
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    Beatriz Braga_PE247 – Os movimentos sociais que utilizam a Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, como palco de suas manifestações não se mostram abalados com a aprovação, em primeira votação na Câmara do Recife, da proposta do vereador Sérgio Magalhães de proibir a realização de eventos, como a Parada da Diversidade, no local. “Isso só deu mais força ao grupo. Se a Parada da Diversidade não for na avenida, vai acontecer em outro lugar” disse Maria do Céu, ícone do grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Pernambuco. Além da Parada, a avenida recebe tradicionalmente a Marcha para Jesus, realizada por evangélicos; a Marcha da Paz, comandada por católicos, e Caminhada da Paz, idealizada por artistas no combate à violência.

    Os movimentos afetados pelo projeto atraem milhares de pessoas em datas célebres durante o ano. A 18° edição da Marcha para Jesus contou, em 2011, com 450.000 adeptos. Segundo o vereador André Ferreira, que participa da Marcha para Jesus, não há coerência na justificativa do projeto. “São poucos eventos realizados na avenida, geralmente aos sábados e domingos. A justificativa de melhorar o trânsito não convence. A Avenida Boa Viagem é de todos nós”, defendeu o parlamentar. No mesmo ano, a Parada da Diversidade colocou onze trios elétricos na avenida e atraiu cerca de 400.000 adeptos.

    Agora, a expectativa é de que a lei não passe em segunda votação no plenário da Câmara do Recife ou pelo veto do prefeito João da Costa. “Ainda é cedo para saber, mas estou bem segura de que o prefeito João da Costa não deixe isso acontecer”, disse Maria do Céu. Antes da Parada da Diversidade acontecer nos arredores da Zona Sul, o seu lugar de costume era a avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife. Com todas as últimas mudanças realizadas na estrutura da via – que ganhou um corredor de ônibus -, a marcha precisou encontrar outra solução. “Vai ser como da outra vez, o movimento não será abalado por isso”, completou a militante. “Acho que a Câmara só está querendo fazer polêmica. Tem tantos outros problemas para eles se preocuparem antes de proibirem uma manifestação tão linda e bem recebida”, criticou.

    No caso de uma possível aprovação, os participantes das manifestações também se mostram dispostos a exigir pelo direito de celebrar suas lutas. “Tenho sido procurado por várias pessoas da comunidade evangélica por conta dessa notícia. Vamos trabalhar juntos para que os outros parlamentares não apoiem. Nós pagamos as taxas, nunca tivemos problemas ou brigas durante a marcha, e não passamos mais de três horas na avenida”, comentou André Ferreira. Em todas as outras cidades brasileiras, eventos como estes acontecem na orla, em cidades litorâneas, ou nos principais corredores, a exemplo da avenida Paulista, em São Paulo. “Eu tinha receio de que, na Avenida Boa Viagem, aconteceriam problemas e atitudes homofóbicas. Mas estamos confiantes", lamentou Maria do Céu. A redação não conseguiu contatar Sérgio Magalhães.

     

     

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