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    João, prefeito? Quem administra Aracaju é a Justiça

    Em três áreas vitais - Saúde, Transporte e Meio Ambiente -, é a Justiça quem tem ditado as regras. Está sendo assim em relação ao reajuste da tarifa do transporte público, com a tentativa de implantação das organizações sociais de saúde e com a interdição da avenida Beira-Mar para realização de uma obra emergencial que contenha o avanço das águas; com pouca abertura ao diálogo, com propostas questionáveis e dentro de um modelo de gestão ineficiente, o prefeito João Alves Filho tem sido impedido de governar Aracaju como se a cidade fosse o seu reino; sem ouvir outras instâncias de governo, sem dar voz aos movimentos sociais e aos sindicatos e sem abrir a administração para a participação popular, João tende a continuar levando pitos da Justiça

    João, prefeito? Quem administra Aracaju é a Justiça
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    EDITORIAL,  Sergipe 247 - O prefeito João Alves Filho (DEM) tem demonstrado pouca habilidade para lidar com questões essenciais à realidade de Aracaju. Em três áreas vitais - Saúde, Transporte e Meio Ambiente -, é a Justiça quem tem ditado as regras. Está sendo assim em relação ao reajuste da tarifa do transporte público, com a tentativa de implantação das organizações sociais de saúde e com a interdição da avenida Beira-Mar para realização de uma obra emergencial que contenha o avanço das águas.

    Sobre o aumento da passagem, a Justiça entendeu, durante o processo de definição do novo valor em R$ 2,45, que a Câmara Municipal tinha desrespeitado a lei anulando a primeira votação e exigindo do prefeito o envio de uma proposta pronta. Ele o fez e a tarifa foi reajustada. Agora, o Judiciário, após ação movida pelo Movimento Não Pago, entende que a prefeitura não deu ouvidos aos cidadãos durante a definição do aumento. Sendo assim, determinou que a passagem volte a custar R$ 2,25, valor que João já havia afirmado que não tinha como manter. E agora, prefeito?

    Sobre as organizações sociais administrarem as duas unidades de pronto-atendimento da capital, a Justiça proibiu em duas ocasiões a implantação do modelo de gestão.  Vê nele mais defeitos do que qualidades. Diz que será desperdício de dinheiro público e representará a privatização dos serviços públicos de saúde, retirando deles a condição de universalidade. Diante da impossibilidade de aplicar o modelo que considera ideal, João demonstra não ter alternativa para a saúde municipal, que continua muito ruim. Na semana passada, pacientes se acorrentaram em frente a um posto em protesto. Em outra unidade,  pacientes invadiram uma área privativa por causa da falta de médicos.

    Quanto à interdição de um trecho da avenida Beira-Mar, o que se viu desde que a Justiça mandou impedir o tráfego de carros no local foi um prefeito jogando politicamente com a questão. Em nenhum momento se ouviu de João uma proposta ambientalmente responsável para conter o avanço das águas. O que ele planejou para o local foi aterrar o rio em inconcebíveis 40 metros. O problema está nas mãos do Judiciário que deu à Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) um mês para se posicionar sobre o que fazer naquela área. Enquanto isso, a prefeitura não dá sinal de solução para o enorme transtorno que está sendo causado na região.

    Com pouca abertura ao diálogo, com propostas questionáveis e dentro de um modelo de gestão ineficiente,  o prefeito João Alves Filho tem sido impedido de governar Aracaju como se a cidade fosse o seu reino. Sem ouvir outras instâncias de governo, sem dar voz aos movimentos sociais e aos sindicatos e sem abrir a administração para a participação popular, João tende a continuar levando pitos da Justiça. Enquanto isso, os problemas se avolumam e a população continua sofrendo com serviços públicos ineficientes.

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