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    Larissa Riquelme, a paraguaia mais esperta da arquibancada

    Musa da seleção guarani se destaca pela inteligência

    Marco Damiani avatar
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    Não se trata de ironia dizer que a modelo paraguaia Larissa Riquelme é extremamente inteligente. Ou, ao menos, que possui a chamada inteligência emocional.

    Quantas mulheres tão ou mais bonitas do que ela foram à Copa da África em troca da fama num click de fotografia? E quantas conseguiram? Agora, durante a Copa América que a muitos causa sonolência, quantas candidatas à fama ocuparam tanta centimetragem como Larissa em jornais, revistas, sites e o mais no continente e fora dele? Nenhuma outra, é a resposta. Mais que brilhar com seus sorrisos e seios fartos, porém, a modelo se tornou líder natural de outras colegas paraguaias que passaram a ir aos estádios durante os jogos da equipe nacional. Elas também correm atrás da exposição, da fama e dos cachês que Larissa está conseguindo. E, à semelhança da original, igualmente ajudam a formar a mesma onda de resgate do orgulho nacional que os paraguaios não experimentavam há muito tempo. E bota tempo nisso.

    Apenas a ditadura do carrasco Alfredo Stroessner, que terminou seus bem protegidinho no Brasil, durou 31 anos, entre 1958 e 1989. Depois, uma série de presidentes partícipes e/ou cercados pelos muitos esquemas de corrupção e violência institucional que existem no país. Até que, em 2008, finalmente a partir de eleições livres surgiu entre o povo o bispo católico Fernando Lugo, que, soube-se depois, já havia espalhado filhos por boa parte da comunidade nacional. Seu apelido? O povoador. Mas que venceu as eleições democráticas...

    Dois anos após o (re)estabelecimento da democracia no Paraguai, eis que surge a exuberante Larissa, liderando com suas plásticas e silicones o resgate do orgulho nacional. Não é coincidência. Não dá para sair sorrindo mostrando o corpo numa ditadura. Leila Diniz fazia isso no Brasil, mas era em protesto...

    A verdade é que, até Larissa chegar, praticamente ninguém, por aqui, considerava o Paraguai como um país digno desse nome. E mal considera ainda. Vamos falar pra valer: mesmo num continente no qual se inclui a introspectiva Bolívia, o confuso Equador e a costumeiramente convulsionada Colômbia, o Paraguai sempre foi visto, por nós, como o pato mais feio, mais manco, mais pobre. Um fazendão, para alguns. Para todos, o destino preferencial dos nossos carros roubados. O lugar para o qual ninguém quer ir.

    Agora, ao menos, o Paraguai ganhou com Larissa uma cara linda, ousada e bem humorada - e suas seguidoras brilham nos estádios e nas galerias de fotos da mídia. Elas não são 'Adelaide, a anã paraguaia' da música que muita gente conhece. Larissa soube estar no lugar certo, na hora certa e fazer a coisa certa. Agora, cultiva o mercado brasileiro e aqui vai conquistando milhões de fãs e, muito provavelmente, daqui retira o principal para o seu sustento, graças aos cachês que a nossa publicidade pode pagar. Ela é uma paraguaia legítima que foi aceita praticamente como brasileira. Isso é mais do que um belo par de peitos com um celular aninhado entre eles poderia ter feito. Larissa, ninguém se engane, é um fenômeno de estratégia de marketing pessoal e, neste sentido, muito inteligente.

     

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