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    Mercado de crédito pisa no freio

    Pesquisa aponta que demanda por novos financiamentos caiu 4,8% em maio, segundo a Serasa

    Mercado de crédito pisa no freio
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    Flávia Albuquerque
    Repórter da Agência Brasil

    São Paulo – Depois de dois meses de alta consecutiva – 11,3%, em março e 5,3%, em abril –, a quantidade de pessoas que procuraram crédito em maio caiu 4,8%, de acordo com levantamento divulgado pela empresa de consultoria Serasa Experian. Também houve queda na comparação com maio do ano passado (-2%). Entretanto, no acumulado do ano, houve elevação de 6,4% ante o mesmo período de 2012.

    Quando analisada a renda, a demanda por crédito caiu principalmente entre o grupo cujo salário mensal é de até R$ 500 (-6%). No caso daqueles que ganham entre R$ 500 e R$ 1 mil, o recuo chegou a 5,1%. Na faixa acima dos R$ 10 mil, houve queda de 4% e entre aqueles que ganham R$ 1 mil e R$ 2 mil, a retração chegou a 4,5%.

    De acordo com o indicador, os consumidores de baixa renda continuam sendo os que mais procuram por crédito. Entre os que recebem até R$ 500, houve elevação de 12,1% no acumulado do ano; entre aqueles que têm salário de R$ 500 a R$ 1 mil, o aumento chegou a 8,4%. Entre os que ganham mais de R$ 10 mil mensais, a alta alcançou 2,2% e entre os trabalhadores cuja renda se situa entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, a procura cresceu 1%, de janeiro a maio deste ano.

    Por região, a maior queda na procura do consumidor por crédito em maio foi registrada no Nordeste (-9%). Nas regiões Norte e Centro-Oeste as quedas chegaram a 5,4 e 5,5%, respectivamente. E nas regiões Sul e Sudeste, os declínios, em maio, foram 3,7% e 3,4%.

    No acumulado do ano houve crescimento no Norte (16,7%) e no Nordeste (13,6%). No Sudeste, a alta de janeiro a maio foi 4,4% e chegou a 4% no Sul. No Centro-Oeste, houve alta acumulada de 2,6%.

    De acordo com os economistas da Serasa Experian, "a queda da demanda do consumidor por crédito em maio pode representar uma postura mais cautelosa do consumidor diante do atual processo de elevação da taxa básica de juros, fazendo-o privilegiar a quitação de dívidas em vez de contrair novos financiamentos".

    Custo mantido
    Juros para operações de crédito têm estabilidade em maio, diz Anefac

    Fernanda Cruz, repórter da Agência – As taxas de juros das operações de crédito ficaram estáveis em maio, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa de juros média geral para pessoa física em maio manteve o mesmo percentual de abril (5,43% ao mês; 88,61% ao ano).

    Para a pessoa física, das seis linhas de crédito pesquisadas, uma se manteve inalterada (cartão de crédito rotativo), três foram reduzidas (juros do comércio, cheque especial e financiamento de automóveis) e duas aumentaram (empréstimo pessoal - bancos e empréstimo pessoal - financeiras).

    A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou redução de 0,01 ponto percentual no mês (0,17 ponto percentual em doze meses), passando de 3,06% ao mês (43,58% ao ano) em abril, para 3,05% ao mês (43,41% ao ano) em maio. Trata-se da menor taxa de juros da série histórica. Das três linhas de crédito pesquisadas, duas foram reduzidas (capital de giro e desconto de duplicatas) e uma foi elevada (conta garantida).

    O diretor da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, acredita em alta das taxas de juros das operações de crédito nos próximos meses. As taxas devem ser afetadas por uma possível elevação da taxa básica de juros (Selic) que, na opinião dele, ocorrerá na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

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