Minério longe dos mineiros
Riqueza gerada pela exploração das montanhas no Estado fica, em sua esmagadora parte, com as empresas. Governo de Minas quer aumentar sua fatia no bolo, assim como o Rio de Janeiro faz com o Petróleo
Minas 247 – Há pouco mais de um mês o governo de Minas lançou a campanha “Minério com mais Justiça”. Com o apoio de sociedades civis, como as seções mineiras da Associação Brasileira de Imprensa (ABI-MG) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), tem objetivo de pressionar o Congresso Nacional a reavaliar a participação do estado na divisão dos royalties do minério.
A exploração mineral representou 40,5% de tudo que Minas Gerais exportou nos cinco primeiros meses de 2012. Uma fortuna superior a R$ 11 bilhões. No entanto, pouco mais de R$ 180 milhões entrou no caixa do governo. No mesmo período, o governo do Rio de Janeiro embolsou R$ 6,9 bilhões, 38 vezes mais que o vizinho.
Confira a matéria do jornalista Paulo Paiva, do jornal Hoje em Dia
O minério de ferro é a principal riqueza econômica de Minas Gerais. De janeiro a maio deste ano, respondeu por 40,5% de tudo que o Estado exportou, com vendas de US$ 5,5 bilhões. Mas as riquezas geradas pelo minério passam longe dos mineiros. Ficam com as mineradoras e com os países que compram a commodity e a vendem de volta ao Brasil na forma de produtos de alto valor.
No ano passado, o governo do Estado arrecadou apenas R$ 181,4 milhões com os royalties do minério – a compensação financeira paga pelas mineradoras por rasgarem as montanhas mineiras. No mesmo período, o governo do Rio embolsou R$ 6,9 bilhões (valor 38 vezes maior que o de Minas) em royalties do petróleo explorado em seu litoral, sem qualquer devastação ambiental em terra. Os municípios mineradores de Minas embolsaram R$ 512 milhões, enquanto os fluminenses receberam R$ 3,7 bilhões (sete vezes mais). A conta parece injusta – e é.
“Há uma grande disparidade entre o royalty do petróleo e o do minério. Queremos uma maior compensação financeira pela exploração dos recursos minerais”, tem dito o governador Antonio Anastasia. Para tentar virar o jogo, o governo está empreendendo a campanha “Minério com mais justiça – Mudança nos royalties do minério já”. O movimento tem o apoio de entidades civis como as seções mineiras da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI-MG). O principal front da batalha é o Congresso Nacional.
Ali, o Estado espera ver aprovado, em agosto, o projeto substitutivo que unirá dois projetos de mesmo teor, apresentados pelos senadores Clésio Andrade (PMDB-MG) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e que terá como relator o senador Aécio Neves. O principal ponto é o que aumenta a alíquota da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), o royalty do minério, dos atuais 2% sobre o faturamento líquido para 4% sobre o faturamento bruto. Se for aprovado, representará uma injeção de R$ 1 bilhão no caixa do Estado.
“Esta é uma luta histórica de Minas. A população tem que ter acesso às riquezas do minério”, diz o jornalista Eustáquio Oliveira, representante da ABI-MG.
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