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    O que acontece com os Amorim?

    Perda do comando do PTB para Almeida Lima e Jackson Barreto; esfriamento das relações com André Moura; falta de espaço na gestão do prefeito João Alves Filho; dificuldades de acomodação de aliados e de cumprimento de acordos; possibilidade de perda de maioria na Assembléia Legislativa montam o inferno astral do projeto de fazer Eduardo Amorim governador de Sergipe; o cenário se complica: Jackson se fortalece como governador em exercício e João dá sinais claros de que não embarcará no projeto do PSC; jogo está muito indefinido

    O que acontece com os Amorim?
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    Valter Lima, do Sergipe 247 - Há uma crise interna que já ganhou contornos públicos dentro do agrupamento liderado por Edivan e Eduardo Amorim. Há um ano do início do período eleitoral, o grupo, até recentemente marcado pela coesão, começa a apresentar dissidências relevantes. O fato mais sintomático foi a perda do PTB, partido que era presidido pelo líder real da oposição, Edivan Amorim, que viu a sigla migrar para as mãos do deputado federal Almeida Lima, por ação do governador em exercício Jackson Barreto (PMDB). 

    Mas não foi só isto. 
     
    O visível afastamento do deputado federal André Moura (PSC) do grupo; as manifestações públicas do suplente de deputado estadual Daniel Fortes (que reclamou do não cumprimento de acordo que o colocaria na condição de deputado por alguns meses); o contra-ataque do Governo, que trabalha para atrair até três deputados da oposição para a base aliada - e já estaria próximo de concretizar isto -, e as críticas que lideranças do grupo dos Amorim fazem ao prefeito João Alves Filho (DEM) são algumas das peças que colocam em xeque a unidade do grupo que quer fazer do senador Eduardo Amorim governador de Sergipe em 2014. 
     
    O que acontece hoje com os Amorim, basicamente, é a fragilização de um projeto com interesses múltiplos, sem condições objetivas de concretização, diante da falta de uma estrutura que abarque todas as lideranças. Sem uma base orgânica, os Amorim não têm conseguido atender todos os pleitos de seus liderados. É a comprovação da falência do acordo feito apenas com base na palavra dada, algo que era repetido exaustivamente por Edivan e Eduardo.
     
    Sem espaço algum na administração do prefeito João Alves Filho - os Amorim alegam ter sido decisivos para o alcance da vitória do demista no pleito passado -, a capacidade de negociação fica restrita. Além disso há o temor visível de uma candidatura ao governo de João ou ainda de uma aliança entre ele e Jackson Barreto. Por isso, os esperneios dos deputados estaduais Augusto Bezerra, Venâncio Fonseca e Capitão Samuel reclamando da falta de consideração do atual prefeito, além do mais recente achincalhe de Anderson Góis, que enumerou uma série de problemas na gestão de Aracaju sob a batuta de João Alves Filho. 
     
    Além disso, mesmo com maioria na Assembléia Legislativa, os Amorim até hoje não conseguiram emplacar a deputada estadual Susana Azevedo (PSC), para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado, em decorrência de processos açodados, todos questionados na Justiça. Há ainda  a aproximação do governador em exercício Jackson Barreto de até três deputados estaduais da oposição, para atraí-los para a base governista, o que derrubaria a principal estrutura orgânica de poder dos Amorim. Sem maioria na Casa Legislativa, a oposição voltaria a condição de coadjuvante naquele Poder.
     
    O esfriamento das relações com André Moura, que tem se sentido preterido em algumas bases eleitorais no interior do Estado, também pode retirar do grupo uma das mais importantes lideranças da sigla, além de provocar uma cisma dentro do PSC, o que não seria nada positivo para o partido do candidato a governador. Por fim, o depoimento de Daniel Fortes, que reclamou do descumprimento de um suposto acordo que afastaria Samuel ou Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase, da condição de deputados estaduais para abrir espaço para ele assumir a vaga por até quatro meses gerou um burburinho e uma imagem muito negativa sobre o tipo de acordo que os Amorim firmam. 
     
    Postas todas essas questões na ponta do lápis, Edivan e Eduardo terão pela frente a difícil missão de equacionar interesses diversos e condições adversas múltiplas para manter o agrupamento unido e focado no projeto de disputar o Governo em 2014. Diante do grupo estará um Jackson fortalecido politicamente e um João Alves pouco disposto a coligar ou dar espaço para Eduardo. Diferentemente do que eles acreditavam num passado recente, o jogo não está definido. Todas as pedras ainda não foram postas. 
     
     
     

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