Operação resgata 25 em condições análogas à escravidão no Piauí
Uma operação desencadeada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 25 homens que trabalhavam em condições análogas à escravidão; o grupo foi encontrado na zona rural de São Francisco do Piauí, a 317 km de Teresina, em um alojamento com condições insalubres, sem banheiros ou equipamentos de segurança individual (EPI); também não tinham registro profissional; os trabalhadores foram contratados irregularmente para a extração ilegal de madeira
Piauí 247 - Uma operação desencadeada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 25 homens que trabalhavam em condições análogas à escravidão. O grupo foi encontrado na zona rural de São Francisco do Piauí, a 317 km de Teresina, em um alojamento com condições insalubres, sem banheiros ou equipamentos de segurança individual (EPI). Também não tinham registro profissional. Os trabalhadores foram contratados irregularmente para a extração ilegal de madeira.
"Nós já levantamos e conseguimos informações de quem seria o patrão e explorador desses homens. Nosso primeiro passo será a responsabilizá-lo criminalmente por trabalho análogo a escravidão. Além disso, ele pagará multa e indenização a esses trabalhadores", disse o procurador do trabalho Edno Carvalho.
O Ibama apreendeu sete motoserras que eram usadas para o desmate e retirada da madeira. O inspetor da PRF Jonatas Soares informou que a operação foi realizada após o recebimento de uma denúncia anônima que relatava a retirada de madeira na região.
"O nosso serviço de inteligência fez o levantamento das informações e o planejamento da ação, executando e conseguindo êxito em libertar esses trabalhadores dessa situação. A nossa atuação foi de garantir a segurança enquanto o pessoal do Ministério do Trabalho e do Ibama realizavam as atividades de procedimento investigativo e de legalização", afirmou.
Os trabalhadores resgatados disseram que tinham de pagar pelo material que utilizavam para o trabalho. "Eu percorro todos os dias 100 km pra vir trabalhar. A gente ainda tinha que comprar duas correntes para a motosserra à R$90, comprávamos 80 litros gasolina, pagávamos R$500 pelo aluguel das motosserras e ainda pagava R$300 para uma pessoa que recolhia a madeira cortada. No final, eu tinha de lucro entre R$300 e R$500 em um mês bom", contou Juscelino Pereira da Silva, de 52 anos, que trabalhava há quatro meses no local. Os relatos foram publicados no G1.
O trabalhador Edilson de Sousa Santigo morava e trabalhava no local há dois anos e sete meses e não tinha registro trabalhista, assim como os outros. "Nunca tive minha carteira assinada e o patrão nunca me procurou para legalizar minha situação. Já trabalho há dois anos e sete meses e a vida é assim, se eu parar, eu passo fome. Então, tenho que continuar porque se eu não fizer, vem outro e faz. Mesmo recebendo pouco e tendo que pagar essas despesas, sou obrigado a trabalhar", afirmou.
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