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    Para eles, o buraco é fundo e vai chegar ao Judiciário

    Integrantes da base governista da presidente Dilma, os deputados Fernando Ferro (PT-PE) e Sílvio Costa (PTB-PE) reforçaram que os protestos em favor da redução das passagens de ônibus refletem a insatisfação com o Poder de maneira geral e não apenas com o Congresso Nacional ou com as Assembleias Legislativas estaduais; segundo eles, atos também alcançarão o Poder Judiciário

    Para eles, o buraco é fundo e vai chegar ao Judiciário
    Paulo Emílio avatar
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    PE247 – Integrantes da base governista da presidente Dilma Rousseff (PT), os deputados federais Fernando Ferro (PT-PE) e Sílvio Costa (PTB-PE) reforçaram, em entrevista à Folha de Pernambuco, que os protestos em favor da redução das passagens de ônibus refletem a insatisfação com o Poder de maneira geral e não apenas com o Congresso Nacional ou com as Assembleias Legislativas estaduais. O petista ressaltou, inclusive, que os protestos devem chegar ao Judiciário, um poder que, segundo o parlamentar, conta com pessoas que estariam comprometidas com os interesses da elite. Agora, as críticas partem da base aliada do Governo Dilma em meio à eleição mais antecipada da história política brasileira

    “A insatisfação ocorre contra várias instituições que não estão cumprindo seu papel. Não vi ainda contra o Judiciário, mas precisa chegar até lá”, disse Ferro. “O povo está reclamando ao Legislativo e ao Executivo e, em breve, deverá chegar ao Judiciário”, acrescentou.

    O deputado Sílvio Costa ressaltou que a insatisfação dos manifestantes não é apenas com a falta de retorno do governo à sociedade com relação à prestação de serviços no transporte público. “O poder legislativo é uma caixa de ressonância da sociedade, é o poder mais aberto, mais exposto à população”, afirmou o petebista. “A insatisfação é com o Poder: o Executivo, o Judiciário e o Legislativo, e com o momento que o Brasil está passando”, complementou.

    De acordo com o parlamentar, os políticos não têm mais a “sintonia” com a opinião pública. “Na década de 1960, só haviam dois partidos (Arena e MDB), um contra e outro a favor da ditadura. Após a Constituição de 1988, a classe política perdeu as bandeiras”, observou. “Nós, políticos, devemos nos sentar, conversar e arrumar soluções para isso”, disse Costa.

    A onda de protestos que tomou diversas capitais do país emuitas cidades do interior, começou no início deste mês, após o Governo Federal ter instituído a Medida Provisória 617, que zera as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) pagas pelas empresas de transporte público. Como o valor da tarifa não caiu, a população saiu às ruas em protesto e as mobilizações se intensificaram nesta segunda-feira (17). No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 100 mil pessoas ocuparam as ruas pedindo a redução das passagens e melhorias no transporte público, que foram as pautas centrais.

    Em Brasília (DF), cerca de 5 mil manifestantes tomaram conta da Esplanada dos Ministérios e, depois, invadiram a parte externa do Congresso Nacional. Antes de furarem o bloqueio, diversos manifestaram jogaram água nos policiais que reagiram. Devido à pressão das mobilizações, já foi anunciada a redução das tarifas de ônibus em pelo menos quatro capitais – Recife (PE), Porto Alegre (RS), Cuiabá (MT) e João Pessoa (PB). Nesta segunda (17), as manifestações ocorreram em 12 capitais. No início desta noite, manifestantes tentaram invadir a prefeitura de São Paulo e entraram em confronto com a polícia.

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