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    Prévias do PT em Recife projetam Dilma X Lula

    Prefeito João da Costa teve direito à reeleição contestado pelo ex João Paulo (foto); a depender da temperatura e pressão da economia, situação pode se repetir dentro do PT nacional para definir candidato a presidente em 2014; seria a presidente batendo chapa com o ex numa eleição interna

    247 – As prévias do PT para a escolha do candidato do partido a prefeito em Recife ocorreram neste domingo 20, mas já se sabe que irão terminar na Justiça. Tanto o atual prefeito João da Costa como seu concorrente Maurício Rands, secretário estadual de Governo, adiantaram que não aceitarão, sem espernear, uma derrota. Apesar de estarem desde agora envolvidas em polêmica, as tumultuadas prévias recifenses estão sendo vistas como uma antecipação do que pode acontecer, nacionalmente, com o PT em 2014. Lá, a depender de uma série de fatores, entre os quais as condições de temperatura e pressão da economia, a candidatura 'natural' à reeleição da presidente Dilma poderá ser contestada dentro do partido, e o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vir a ser inserido numa cédula para definição interna do concorrente à Presidência.

    A possibilidade de uma disputa entre o criador e a criadora se reproduziu, quase à perfeição, nas prévias do Recife. Ali, a disputa interna mostrou que o dogma de que o petista que estiver num cargo majoritário com direito à reeleição tem preferência sobre os demais está ultrapassado. É, exatamente, o caso do prefeito João da Costa, que cumpre seu primeiro mandato e, em tese, seria beneficiado pela regra de poder tentar, automaticamente, a reeleição. Esse direito adquirido, porém, foi contestado pelo ex-prefeito João Paulo, que cumprira, antes dele, dois mandatos seguidos, mostrara grande popularidade e escolhera o técnico Costa para o suceder. Um roteiro em tudo semelhante ao vivido por Lula e que resultou no surgimento de Dilma para a política nacional.

    Tal qual Lula, que ainda demonstra dificuldade em 'desencarnar' do cargo de persidente, João Paulo se mostrou insatisfeito com as tarefas do dia a dia da vida parlamentar em Brasília. Ele quis tentar a volta à Prefeitura, e obteve até o respaldo de Lula para o caminho de retorno. No entanto, desistiu de assumir uma pré-candidatura, mas não se conformou em permitir a tentativa de reeleição de Costa. Lançou, assim, seu correligionário Rands para tentar tomar o lugar do antigo pupilo.

    A quebra de precedente quanto a não contestação da tentativa automática de reeleição por quem está no cargo, verificada no Recife, é, sem dúvida, um estímulo à mudança do quadro interno do PT até 2014. Tudo vai depender do desempenho da economia. Por mais que Dilma e Lula se mostrem próximos e íntimos politicamente, é fato que a presidente buscará um segundo mandato, assim como se sabe o quanto Lula igualmente deseja mais uma passagem sua pela Presidência. Recuperado de uma doença que poderia ter lhe custado a vida, nada indica que ele terá paciência para esperar um segundo período de quatro anos para sua sucessora e só então tentar voltar. Para ele,o quanto antes, melhor. Se a crise chegar, a economia declinar e a moda das prévias pegar no PT, tudo indica que, no caso de ocorrerem eleições internas para definir o candidato em 2014, Dilma e Lula estarão em cantos opostos da mesma cédula.

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