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    Réus do mensalão pedem julgamento sem faca no pescoço

    Advogados da defesa enviaram um documento anexado ao processo para cada um dos integrantes do STF por estarem "preocupados com a inaudita onda de pressões deflagradas contra a mais alta corte brasileira"

    Réus do mensalão pedem julgamento sem faca no pescoço (Foto: André Borges/Folhapress)

    247 – Um documento assinado por dez advogados de réus do processo do mensalão pede a todos os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que não julguem o caso "com a faca no pescoço". Em 2007, o ministro Ricardo Lewandowski reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento, o que teria acuado a corte e levado "todo mundo" a votar "com a faca no pescoço".
    Leia na reportagem de Felipe Seligman, da Folha:

    Documento anexado ao processo do mensalão e assinado por dez advogados de réus da ação pede a todos os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que não julguem o caso "com a faca no pescoço".

    "Embora nós saibamos disso, é preciso dar mostras a todos de que o Supremo Tribunal Federal não se curva a pressões e não decide 'com a faca no pescoço'", diz o texto da petição.

    A expressão "faca no pescoço" envolve grande simbolismo no julgamento.

    Em 2007, quando o STF abriu a ação penal contra 40 acusados de envolvimento no caso, a Folha testemunhou o ministro Ricardo Lewandowski reclamar de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento, o que teria acuado a corte e levado "todo mundo" a votar "com a faca no pescoço".

    As declarações de Lewandowski foram dadas durante ligação telefônica feita em restaurante de Brasília.

    No documento apresentado agora pelos advogados dos réus, eles argumentam que "é preciso que o Brasil não tenha essa percepção, que abalaria sua confiança num Poder Judiciário independente como o que temos".

    Os advogados afirmam que enviaram anteontem o documento para cada um dos integrantes do STF por estarem "preocupados com a inaudita onda de pressões deflagradas contra a mais alta corte brasileira".

    A peça tem seis páginas e é assinada por Márcio Thomaz Bastos, José Carlos Dias (ambos ex-ministros da Justiça), Antônio Carlos Mariz de Oliveira, Arnaldo Malheiros Filho, Marcelo Leonardo, Alberto Zacharias Toron, José Luiz Oliveira Lima, Flávía Rahal, Celso Sanchez Vilardi e Luiz Fernando Pacheco.

    O nome de Antonio Carlos de Almeida Castro também aparece no documento, mas não há sua assinatura.

    Os advogados listados defendem réus como o ex-ministro José Dirceu, acusado pelo Ministério Público de ser o "chefe da quadrilha" do mensalão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e o publicitário Marcos Valério, apontado como o operador do esquema.

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