Sr governador, por favor, envie o Exército!

Sr. governador, sua política de ordem por meio da repressão está se dissipando. Os homens roliços de sua Polícia Militar, ops, da nossa Polícia Militar despreparada, mal paga e bruta estão perdidos, cansados.

A tentativa de manipular a opinião pública pelo medo já não está surtindo o efeito esperado.

É possível identificar cada vez menos pessoas acreditando que a contenção de manifestações com violência é correta. Isso reflete-se nas pesquisas, tem acompanhado?

Ouvia-se da grande massa, há uns anos, coisas como "borrachada mesmo nesses vagabundos" ou "enquanto eu me mato de trabalhar, esses vagabundos ficam fazendo passeatas". Lembra? Bons tempos, não é?

Mas o que fazer agora que temos cada vez mais engenheiros, professores, jornalistas, médicos - aqui só para citar alguns amigos meus - se juntando ao coro de arruaceiros e exigindo mudanças?

Sim, sr. governador, os tempos estão difíceis. Acho que é hora de elevar um nível, mostrar mesmo quem manda.

Quem sabe chamar o Exército? Colocar os homens da nossa Força Nacional nas ruas para conter essa baderna? Algumas .50 ou M-16 provavelmente impressionem o suficiente para desencorajar essa gente toda de sair de suas casas. Lembraria quem cresceu acreditando no poder do Estado, que é assim que deve continuar. Afinal, o que poderia acontecer se essas pessoas finalmente se dessem conta de que pagam seu salário, que financiam as bombas de gás lacrimogênio que seus homens usam indiscriminadamente?

Perceberiam que em um Estado democrático, o poder é do povo. Será que é isso que está acontecendo, sr. governador?

Outra questão relevante é que, para cada ferido que cai por bala de borracha ou pancadas de cassetete, parece que surgem três "vagabundos" na manifestação seguinte. Penso que devem ser parentes ou amigos. Humpf, se continuar assim, daqui a pouco o efetivo de nossa Polícia Militar não será suficiente para conter, bater, dispersar toda essa gente.

Eles continuam aparecendo desarmados, entregando flores, exigindo mudanças. Não foram capazes nem ao menos de quebrar o vidro da viatura de um policial, teve ele mesmo de fazer, o sr. soube?

Pelas redes sociais há organização, troca de muitas informações em tempo real e o confronto à cobertura da grande mídia, ao ponto de esta começar a mudar a forma de transmitir a notícia. A repercussão está em nível mundial e crescendo.

Para sua política de gestão continuar da forma que sempre foi, sr. governador, por favor, envie o Exército.