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    Turismo de férias aumenta expectativa do setor aéreo

    Companhias apostam suas fichas na época de maior demanda turística no Brasil – as férias de verão – para reverter o quadro desfavorável e alavancar as vendas que, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), caíram cerca de 18% no primeiro semestre; agora, as companhias aéreas apostam na chegada das férias  para reverter a situação; principais operadoras já somam juntas cerca de 8 mil voos extras confirmados para operarem durante o verão e mais de 60 rotas novas já estão prestes a começar a funcionar 

    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 14-03-2011, 18h00: AEROPORTO DE GUARULHOS. Atraso no inicio das obras no aeroporto de Cumbica. A reforma na pista, marcada para março vai atrasar, pois os voos terão que ser redirecionados e não existe nenhum aeroporto em são PAulo (Foto: Paulo Emílio)
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    Carti - A recessão econômica que o país vem enfrentando atualmente reflete na procura por passagens aéreas desde o ano passado, quando o setor sofreu perdas significativas no número de passageiros, e esse ano não tem sido muito diferente. Dados da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), revelam que tanto a oferta quanto a demanda dos voos diminuíram consideravelmente nos últimos meses. Os brasileiros pensam cada vez menos em viajar, pesquisas mostram que os gastos com viagens são os primeiros a serem cortados do orçamento nesse momento de crise.

    Diante disso, as companhias apostam suas fichas na época de maior demanda turística no Brasil – as férias de verão – para reverter o quadro desfavorável e alavancar as vendas. Muitas já estão se programando e estimam atender um número alto de passageiros durante a alta temporada. O período do recesso escolar, somado às festas de fim de ano, movimenta o setor entre dezembro e fevereiro e impulsiona um grande número de turistas a cada ano. Mesmo num momento de crise muitas famílias ainda viajam para rever os parentes, celebrar o Natal e Réveillon ou até mesmo por lazer, tornando assim o fluxo de passageiros muito maior que o habitual e estimulando as vendas das companhias aéreas.

    Ano de retração

    É inegável que o setor tem amargado os efeitos negativo do cenário econômico conturbado em que o país se encontra. Indicadores apontam que as operadoras que realizam voos domésticos tiveram juntas uma queda de quase dois pontos percentuais no número de passageiros no último ano. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), somente no primeiro semestre do ano a venda de assentos caiu cerca de 18% – foram 4,7 milhões de assentos a menos em comparação com 2015.

    A demanda por voos nacionais acumulou 14 meses de retração no terceiro trimestre desse ano, segundo dados da Abear, e a procura por viagens internacionais nas companhias brasileiras também vem recuando nos últimos meses. A crise econômica, inflação e alta do dólar são fatores que fazem com que os brasileiros viagem menos e as companhias se veem obrigadas a reduzir a oferta de assentos.

    Para Francisco Lobo, especialista no setor de milhas aéreas, o enxugamento dos voos levou, consequentemente, ao aumento das tarifas, que se mantiveram acima da média esse ano: "A baixa demanda e redução da oferta elevam os custos e inviabilizam, muitas vezes, o resgate dos pontos, fazendo com que o passageiro opte por outros meios ou adie um pouco mais a viagem" – explica o Diretor da empresa Cash Milhas.

    Segmento turístico no Brasil

    Dados da OMT (Organização Mundial de Turismo) apontam que o Brasil apresenta crescimento de cerca de 9% na receita interna gerada com a chegada de turistas durante os três primeiros trimestres do ano e as previsões se mantém otimistas para os últimos meses de 2016, porém o número não é muito expressivo em relação a outros países como o Chile, por exemplo, que explora melhor o setor. Em escala global os indicadores brasileiros não apenas são baixos como também correm o risco de fechar o ano com retração.

    Apesar do país dispor de diversas opções de destinos, que atraem não só o público nacional, mas também pessoas do mundo inteiro, especialistas afirmam que o segmento ainda está abalado pela crise política que o país vem atravessando e também por um macro ambiente pouco explorado, no qual as pessoas não conseguem extrair todo o potencial da região. Mesmo diante do efeito positivo da Copa do Mundo que o país sediou em 2014 e das Olimpíadas e Paraolimpíadas (Rio – 2016), o setor ainda carece de investimentos e caminha a passos curtos.

    Mercado aéreo doméstico

    As atenções das companhias aéreas brasileiras estão voltadas para o território nacional. Diante dos baixos índices de turistas estrangeiros e previsões negativas nessa área, é pouco provável que aumentem as buscas por voos internacionais, além disso, com a alta do dólar e as dificuldades financeiras que muitas famílias atravessam em decorrência da atual situação econômica do país e o encolhimento do mercado, grande parte das pessoas optam por destinos nacionais, por isso, as empresas estão reforçando suas frotas de aviões e abrindo novos horários e rotas, criados, especialmente, para atender a alta demanda esperada nesse período. Para se ter ideia as principais operadoras já somam juntas cerca de 8 mil voos extras confirmados para operarem durante o verão, e, mais de 60 rotas novas já estão prestes a começar a funcionar para atender alguns trechos que ainda não possuem escalas diretas.

    Preferência nacional

    Com crise ou não, um fato inegável é que o que o brasileiro mais gosta, quando se trata de viajar – especialmente no verão – é a praia. Estudos comprovam que esse é o destino de férias preferido para quase 50% das pessoas. Evidentemente que o setor aéreo já conhece essa tendência e, justamente por isso, dedica seus esforços a rotas litorâneas que contemplam as praias mais atrativas do Brasil.

    Como se programar

    Para o consumidor, que pretende viajar nos próximos meses, isso ainda não é sinônimo de economia. Lobo afirma que a expectativa de recuperar as perdas acumuladas durante o ano aumenta nessa época e as companhias aéreas, muitas vezes, elevam o valor das passagens. "Para evitar os preços altos é fundamental se planejar com antecedência e, se possível, usar o programa de milhagem que, em boa parte dos casos apresenta um bom custo-benefício para o consumidor que tem pontos acumulados" – finaliza o especialista.

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