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    Cooperação China-Países Árabes gerou resultados frutíferos na última década

    O ano de 2024 marcou o 20º aniversário do estabelecimento do Fórum de Cooperação China-Países Árabes

    Conferência ministerial China-Países Árabes, Pequim, 30 de maio de 2024. Foto: Zhai Jianlan/XINHUA (Foto: Zhai Jianlan/XINHUA)

    Por Rania Aboelkheir (*), na Xinhua - Em maio de 2024, a China propôs cinco estruturas de cooperação para intensificar a construção de uma comunidade China-Árabe com futuro compartilhado visando estabelecer um modelo de relacionamento baseado em benefícios mútuos, sucesso compartilhado, aprendizado recíproco e progresso comum, disse uma acadêmica egípcia.

    O ano de 2024 marcou o 20º aniversário do estabelecimento do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes. Em maio de 2024, o fórum convocou sua 10ª reunião ministerial em Beijing, onde a China propôs "cinco estruturas de cooperação" para intensificar a construção de uma comunidade sino-árabe com futuro compartilhado.

    Essas estruturas descrevem um roteiro para o desenvolvimento das relações sino-árabes com os seguintes objetivos: uma estrutura mais dinâmica para inovação, uma estrutura expandida para cooperação em investimento e finanças, uma estrutura mais multifacetada para cooperação energética, uma estrutura mais equilibrada para laços econômicos e comerciais mutuamente benéficos e uma estrutura mais ampla para trocas interpessoais.

    As cinco estruturas servem como pilares para a futura colaboração sino-árabe, com base nos sucessos anteriores da parceria em campos tradicionais como energia, infraestrutura e comércio, além de áreas emergentes como tecnologia da informação, economia digital e energia renovável.

    As cinco estruturas reafirmam o compromisso de ambos os lados em intensificar os esforços conjuntos para acelerar a construção de uma comunidade sino-árabe com futuro compartilhado visando estabelecer um relacionamento modelo baseado em benefícios mútuos, sucesso compartilhado, aprendizado recíproco e progresso comum.

    À luz do ambicioso projeto mencionado acima, os últimos anos têm visto a China e os estados árabes obterem sucesso em vários campos, principalmente nos setores a seguir.

    Em energia e infraestrutura, foram feitos avanços significativos em direção a uma maior integração. Em novembro de 2024, o Projeto Integrado de Refino e Petroquímica Fujian Gulei Fase II teve início na província de Fujian, no leste da China. Esse projeto exemplifica a cooperação energética sino-árabe, com investimento total de 71,1 bilhões de yuans (cerca de 9,7 bilhões de dólares americanos) e um valor de produção anual estimado em cerca de 80,8 bilhões de yuans (cerca de 11 bilhões de dólares). O projeto, que deve atingir sua capacidade total em 2030, fornecerá 5 milhões de toneladas de matérias-primas anualmente para empresas downstream no complexo de Gulei, aprimorando sua cadeia industrial e promovendo o desenvolvimento inteligente e verde.

    Os dois lados também fortaleceram a cooperação sob a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR). Por exemplo, a Zona de Cooperação Econômica e Comercial China-Egito TEDA Suez criou quase 9.000 oportunidades de emprego diretas e mais de 80.000 indiretas no Egito. Na Argélia, a seção leste da Rodovia Leste-Oeste, construída com a participação da China, virou uma artéria econômica essencial. Nos Emirados Árabes Unidos (EAU), a Harbin Electric International Engineering da China fez parceria com a ACWA Power da Arábia Saudita em uma joint venture para construir o projeto de carvão limpo Hassyan em Dubai, o primeiro desse tipo no Oriente Médio. Estatísticas mostram que a China e os países árabes iniciaram mais de 200 grandes projetos em infraestrutura, energia e outros campos sob a ICR, beneficiando quase 2 bilhões de pessoas nas duas regiões.

    O turismo aumentou graças às políticas de isenção de visto para cidadãos chineses implementadas por vários estados árabes, incluindo Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Catar e Tunísia, além do lançamento de voos diretos entre cidades chinesas e destinos como Riad, Doha e Cairo.

    Conquistas notáveis ​​também foram feitas no desenvolvimento, na fabricação e no lançamento de satélites, assim como em compartilhamento de dados, intercâmbio técnico e treinamento especializado. A China também assinou acordos de cooperação espacial com países como Argélia, Sudão, Egito e Arábia Saudita, lançando o primeiro satélite de comunicação da Argélia, Alcomsat-1, o Saudi Sat 5A e Sat 5B, o satélite científico experimental do Sudão e o MISRSAT-2 para o Egito.

    A China estabeleceu várias Oficinas Luban no mundo árabe, incluindo Djibuti, Egito e Marrocos, fornecendo treinamento em várias disciplinas, como integração mecatrônica, operações ferroviárias e medicina tradicional chinesa, em alinhamento com as estratégias de desenvolvimento econômico e social dos países anfitriões para incentivar talentos em setores-chave.

    A juventude árabe mostrou crescente interesse em aprender chinês. Países como os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito incorporaram o ensino da língua chinesa em seus programas nacionais de educação.

    Essas realizações representam apenas uma pequena fração da ampla cooperação entre a China e as nações árabes, que compartilham o compromisso de construir laços mais fortes sob a ICR.

    Na última década, a China considerou os países árabes como parceiros naturais no avanço da ICR, enquanto as nações árabes viam a iniciativa como uma visão de desenvolvimento essencial.

    Até o momento, todos os 22 países árabes viraram parceiros da ICR, alinhando suas metas com suas necessidades de desenvolvimento, como diversificação econômica e industrialização. A ICR também complementa as estratégias de longo prazo das nações árabes, incluindo a Visão Egípcia 2030, a Visão Saudita 2030, a Visão Nacional do Catar 2030, os 50 Princípios dos Emirados Árabes Unidos e a Visão 2035 do Kuwait. Além disso, a Liga dos Estados Árabes foi a primeira organização regional a assinar um acordo de cooperação com a China na ICR.

    Concluindo, a força das amizades internacionais depende da proximidade de seus povos. Em 2025, ambos os lados querem continuar a cooperação prática, aprimorar as trocas em economia, tecnologia e cultura, e melhorar o entendimento mútuo e a amizade entre seus povos. Espero mais trocas culturais, educacionais e turísticas para promover a amizade e fortalecer a cooperação intergovernamental.

    (*) Rania Aboelkheir é secretária-geral do Global Forum for Future Studies, um think tank egípcio.

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