BNDES aprova financiamento de R$ 499 milhões para unidade industrial do Grupo Piracanjuba
Financiamento via Mais Inovação e Finem permitirá a produção nacional de proteína do soro do leite e de lactose em pó, produtos majoritariamente importados
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento no valor de R$ 499 milhões para o Grupo Piracanjuba (Laticínios Bela Vista S/A). A informação foi divulgada pela Agência BNDES de Notícias. O recurso será destinado à construção de uma unidade industrial em São Jorge d’Oeste, no Paraná, capaz de processar até 1,2 milhão de litros de leite por dia, com foco na produção de queijo muçarela, manteiga, concentrados e isolados proteicos (whey protein) e lactose em pó.
O investimento total no projeto será de R$ 612 milhões, dos quais R$ 277 milhões são provenientes do Programa BNDES Mais Inovação e R$ 222 milhões via FINEM (linha Incentivada B). Segundo o BNDES, a planta terá capacidade para produzir até 39,4 mil toneladas anuais de muçarela, 7,9 mil toneladas de manteiga, 6 mil toneladas de whey protein e 14,8 mil toneladas de lactose em pó.
A iniciativa busca integrar a produção de derivados lácteos e concentrados proteicos em um único parque industrial, um modelo já consolidado nos Estados Unidos e na Europa. Essa abordagem reduz emissões de carbono, eliminando a necessidade de transporte do soro de leite entre diferentes fábricas. É a primeira vez que uma unidade fabril de grande porte no Brasil é projetada com essa integração desde o início.
Tecnologia e impacto na economia nacional
De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o projeto marca um avanço tecnológico significativo para a indústria brasileira. “A aprovação desse projeto representa a expansão da fronteira tecnológica brasileira, com a nacionalização da produção e dos sistemas industriais, além de contribuir com a substituição da importação de produtos que chegam a US$ 54 milhões na balança comercial brasileira. A construção da unidade resultará na criação de 250 novos empregos diretos na região, com impacto na geração de renda das famílias.”
Além da geração de empregos, o projeto fortalece a cadeia láctea brasileira. Atualmente, o país é o terceiro maior produtor global de leite, mas enfrenta desafios para atender ao mercado interno de whey protein, cujo consumo é 85% dependente de importações.
O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, reforçou o alinhamento estratégico do projeto com as metas nacionais. “Esse projeto busca fortalecer as cadeias agroindustriais para a segurança alimentar e nutricional, além de agregar valor à cadeia láctea brasileira.”
Sustentabilidade e inovação no setor
Para Luiz Claudio Lorenzo, presidente do Grupo Piracanjuba, o apoio do BNDES é essencial para sustentar o crescimento da companhia e implementar novas tecnologias no setor. “A unidade reunirá alta tecnologia, com equipamentos modernos e alta capacidade, que contribuirão para padronização e qualidade dos produtos e eficiência operacional, orientados por uma perspectiva sustentável, tratamento e reaproveitamento de água e, produção e utilização de biogás como fonte de energia. E, ainda, as oportunidades de emprego disponibilizadas geram renda para a economia local.”
O whey protein e a lactose em pó produzidos na nova planta terão aplicações diversificadas, incluindo alimentação hospitalar e suplementar, produtos farmacêuticos e cosméticos. A expectativa é que a iniciativa não apenas reduza a dependência de importações, mas também posicione o Brasil como protagonista no mercado de derivados lácteos de alto valor agregado.
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