BNDES aprova R$ 3,8 bilhões para usina termelétrica a gás natural em Barcarena
UTE Portocem I será essencial para a segurança energética e terá início das operações em 2026
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um apoio financeiro de R$ 3,8 bilhões para a construção da UTE Portocem I, uma usina termelétrica movida a gás natural, localizada em Barcarena, no Pará. A informação foi divulgada pela instituição e integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contempla também a implantação de uma linha de transmissão de 3,8 km conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
O projeto total está orçado em R$ 5,4 bilhões, e o BNDES coordenou a emissão de R$ 4,5 bilhões em debêntures simples, dos quais R$ 3,8 bilhões foram subscritos diretamente pelo banco. Os recursos serão utilizados em obras civis, aquisição de máquinas, montagem de equipamentos e instalações necessárias para a operação da usina. Com potência instalada de 1.571,9 MW e quatro turbogeradores de 392,97 MW, a usina funcionará em ciclo aberto, atendendo à demanda por energia de forma estratégica.
Papel estratégico da UTE Portocem
De acordo com o BNDES, as termelétricas a gás natural desempenham um papel fundamental na segurança energética do país. Elas podem ser acionadas rapidamente durante períodos de escassez hídrica ou picos de consumo, como os dias mais quentes ou horários noturnos, quando o uso de equipamentos de refrigeração aumenta significativamente. Assim, a UTE Portocem I será acionada como um backup do SIN, garantindo estabilidade ao sistema nos momentos de maior necessidade.
O gás natural utilizado será fornecido pelo Terminal de Importação e Regaseificação de GNL da Centrais Elétricas Barcarena S.A. (CELBA I), que já está em operação. Com capacidade de processar até 15 milhões de m³/dia, o terminal fornecerá uma fonte confiável e acessível de combustível.
Vantagens e impacto ambiental
A localização estratégica da usina no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, foi destacada como um diferencial pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. "O gás natural vem ganhando importância crescente na matriz elétrica brasileira por ser um combustível menos poluente, com baixa concentração de contaminantes. Em comparação ao carvão ou óleo, emite significativamente menos gases de efeito estufa. Isso faz com que projetos como o Portocem sejam uma opção mais sustentável, mantendo a matriz energética brasileira mais limpa", afirmou.
Além disso, a diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, ressaltou o papel do gás natural como um combustível de transição. "Ele oferece segurança e estabilidade ao sistema elétrico em um contexto em que se ampliam projetos de geração elétrica a partir de fontes renováveis intermitentes. Esse papel de transição energética permite que o país continue a expandir a geração renovável enquanto garante a confiabilidade no abastecimento de energia", explicou.
Perspectivas para 2026
A Portocem Geração de Energia S.A., empresa responsável pela UTE Portocem I, foi criada para operar o projeto e venceu o 1º Leilão de Reserva de Capacidade em 2021. Com previsão de início das operações comerciais em agosto de 2026, a usina será um marco na integração de soluções energéticas mais limpas e na consolidação da segurança energética no Brasil.
Além de suprir a demanda por energia da região metropolitana de Belém e atender empresas como a Alunorte, maior refinaria de alumina fora da China, o projeto deve impulsionar o uso de gás natural na região, substituindo combustíveis mais poluentes como diesel e óleo combustível.
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