"Reforma tributária vai reestruturar a competitividade da indústria", diz Armando Monteiro
Conselheiro emérito da CNI destaca que mudanças no sistema tributário vão desonerar exportações, estimular investimentos e antecipar decisões econômicas
247 - O conselheiro emérito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, afirmou nesta quarta-feira (18) que a reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional será fundamental para reestruturar a competitividade da indústria brasileira. Segundo o ex-senador, as mudanças trazidas pelo projeto representam um dos pilares do relançamento do setor. “Não tenho dúvidas de que essa reforma vai transformar as condições de competitividade. Teremos a desoneração das exportações e do investimento, o que é essencial para o futuro da indústria”, declarou em evento do CNN Talks.
Aprovado na última terça-feira (17), o texto principal que regulamenta a reforma tributária segue agora para sanção presidencial, com possibilidade de vetos por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Armando Monteiro ressaltou que a eliminação da cumulatividade tributária é um dos avanços mais importantes do projeto, ao permitir que o setor industrial deixe de pagar tributos sobre impostos já cobrados em etapas anteriores da cadeia produtiva. “A cumulatividade penaliza a indústria, especialmente em cadeias produtivas mais extensas. Essa mudança é indispensável para promover um ambiente mais justo e eficiente”, enfatizou.
Na visão de Monteiro, o impacto positivo da reforma tributária será sentido de forma antecipada, mesmo antes de sua implementação completa. Ele destacou que a clareza sobre o novo modelo tributário permite que os agentes econômicos tomem decisões mais seguras e estratégicas. “A economia é feita de expectativas. Com um sistema mais racional e eficiente projetado no horizonte, os investimentos já podem ser influenciados por essa perspectiva”, explicou.
A reforma introduz novos tributos, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), que substituirão gradualmente cinco impostos existentes (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS). O novo sistema começará a ser aplicado em 2026, em um processo de transição que se estenderá até 2033. Além disso, o texto aprovado estabelece uma alíquota máxima de 26,5%, com revisão de benefícios fiscais caso esse limite seja ultrapassado.
A desoneração das exportações e investimentos, aliada à previsibilidade do novo modelo tributário, reforça as expectativas de crescimento do setor industrial, que poderá operar em um ambiente mais competitivo e eficiente. Para Monteiro, essas mudanças representam uma oportunidade única para impulsionar o desenvolvimento econômico do país.
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