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A corrida da Europa pelo hidrogênio verde brasileiro

Holanda e Alemanha estão na pole position

Premiê da Holanda, Mark Rutte, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Patrizia Antonini, Ansa - A Europa iniciou uma corrida pelo "ouro verde" do Brasil. A destinação de 2 bilhões de euros pelo programa de investimentos Global Gateway da União Europeia, anunciada nesta semana pela presidente do poder Executivo do bloco, Ursula von der Leyen, para desenvolver a produção de hidrogênio verde no país sul-americano é apenas uma prova do interesse dos 27 por novas parcerias na área de energia limpa com Brasília.

 E há quem já esteja se movimentando, como a Holanda, que aprovou recentemente um projeto de lei para destinar 300 milhões de euros até 2030 para a importação desse tipo específico de hidrogênio produzido por fontes sustentáveis, como energia solar, eólica ou biomassa.

 Segundo Hugo Figueiredo, presidente do Complexo Industrial e Portuário de Pecém (CIPP), no Ceará, o investimento holandês pode favorecer vultosos aportes no local, onde o Porto de Roterdã já é dono de uma fatia de 30%.

 A própria Autoridade Portuária de Roterdã anunciou que, no futuro, 25% das importações holandesas de hidrogênio verde deverão sair do porto do Pecém, que consolidaria seu papel como principal hub das exportações brasileiras para a Europa.

 Mas a Holanda, cujo premiê, Mark Rutte, visitou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de maio, não é o único país europeu na pole position.

 O órgão de cooperação alemão GIZ já havia anunciado um investimento de 34 milhões de euros no "ouro verde" brasileiro em outubro de 2021 e, no ano passado, acrescentou cerca de 2,5 milhões de euros para equipar centros de formação para a produção de hidrogênio verde em vários estados do país sul-americano, como Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.

 O assunto foi retomado durante o encontro de Lula com o chanceler Olaf Scholz, primeiro premiê a visitar o presidente, logo após sua posse.

 A petroleira anglo-holandesa Shell também trabalha para aproveitar a oportunidade. Não é por acaso que, no ano passado, a multinacional anunciou o desembolso de mais de 10 milhões de euros para recrutar 400 pesquisadores na área de hidrogênio limpo.

 E a gigante dinamarquesa de energia eólica Vestas assinou em março de 2022 um memorando de entendimento com o Rio Grande do Norte para estudar a construção de um porto-indústria para a produção de hidrogênio verde a partir da energia eólica.

 Mas o anúncio de Von der Leyen na segunda-feira, durante sua visita a Brasília, amplia ainda mais o cenário, com novas possibilidades também para as empresas italianas, visando a diferenciação no fornecimento de energia.

 O presidente da Eurocâmaras no Brasil, Graziano Messana, explica que "o Global Gateway é um programa europeu talvez menos conhecido que a Rota da Seda chinesa, mas é um projeto que tem um orçamento de 300 bilhões de euros e cujos recursos são destinados a investimentos em setores ligados às energias renováveis e à descarbonização fora da UE". "E o Brasil é um país alvo e já tem uma matriz energética composta por 84% de renováveis", ressalta. 

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