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    Ação humana transformou 89% da caatinga, diz estudo

    De acordo biólogos da UFPB e da UFPE, a área que deve ter sido ocupada por florestas, caiu de 731.211 km² para 31.793 km²

    Caatinga (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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    247 - As áreas agrícolas e pastagens abandonadas ou em uso cobrem 89% da caatinga, único inteiramente brasileiro, que se espalha por dez estados do Nordeste e do Sudeste. Restam 11% da área coberta pela vegetação, no comparativo com a que deveria ter existido antes da ocupação humana. De acordo biólogos das universidades federais da Paraíba (UFPB) e de Pernambuco (UFPE), a área que deve ter sido ocupada por florestas, caiu de 731.211 quilômetros quadrados (km²), ou 84,6% da área total do bioma, para 31.793 km², ou 4% do total. A pesquisa foi divulgada em outubro na revista Scientific Reports.

    "A caatinga resiste ao clima e a temperaturas mais altas, mas não à mão do homem", afirmou o biólogo da UFPB Helder Araujo, principal autor do estudo. O pesquisador disse que áreas do bioma "foram ou são tomadas por uma vegetação modificada ou pela agropecuária". "A vegetação secundária não consegue voltar a ser floresta novamente, mesmo depois de décadas".

    Os ecólogos Marcelo Tabarelli, que trabalhou com Araujo, e Inara Leal, os dois da UFPE, identificaram um dos efeitos da derrubada das matas nativas para cultivo ou pastagem. O aumento na quantidade de ninhos de saúva, que chegam a até 3 metros de profundidade, retardam o crescimento da vegetação quando a área é abandonada.

    Com metodologias diferentes, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima estimou que restam 53% da caatinga e a organização não governamental MapBiomas calcuou em 47%.

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