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    Biden cobra preservação, mas bancos dos EUA investiram U$S 14,8 bilhões em mineradoras na Amazônia

    Relatório analisou a atuação de nove grandes mineradoras com atividades que impactam diretamente sobre territórios protegidos da Amazônia

    Joe Biden (Foto: Reuters)
    Guilherme Levorato avatar
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    Sputnik - Bancos com sede nos EUA são os principais financiadores de mineradoras com atividades que impactam diretamente terras indígenas na Amazônia.

    Juntas, as gestoras Capital Group, BlackRock e Vanguard investiram U$S 14,8 bilhões (R$ 74,7 bilhões) em nove gigantes do setor de mineração com atuação na Amazônia brasileira.

    As informações estão na quarta edição do relatório "Cumplicidade na Destruição", lançado pela organização Amazon Watch em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

     A lista dos maiores financiadores das mineradoras com riscos iminentes aos povos indígenas brasileiros ainda inclui o Conglomerado Citigroup, também dos Estados Unidos, e o SMBC Group, do Japão.

    Embora algumas das principais mineradoras em atuação no país terem prometido publicamente retirar pedidos minerários em terras indígenas, dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) mostram mais de 2,6 mil requerimentos ativos com sobreposições ou interferência direta em 214 terras indígenas na Amazônia.

    O relatório destaca a expectativa em torno da abertura de terras indígenas para a mineração industrial e o garimpo, que tramita no Congresso.

    Alvo de forte lobby em Brasília, e anunciado como projeto do governo de Jair Bolsonaro, a iniciativa representa imensos riscos para a preservação do meio ambiente e direitos de comunidades indígenas e tradicionais.

    O PL 191/2020, que pode liberar a mineração e o garimpo em terras indígenas, pode causar a perda de 160 mil km² de floresta na Amazônia, área maior que a superfície da Inglaterra.

    Dentre as regiões na mira dos investidores encontram-se áreas de grande importância ambiental na floresta amazônica, como a região do Tapajós e de Alta Floresta (Juruena-Teles Pires), no norte do Mato Grosso e sul do Pará.

    As terras indígenas mais afetadas pelos requerimentos são ocupadas pelos povos Kayapó, os Waimiri Atroari, Munduruku, Mura, Parakanã, entre outras. Pelo menos cinco requerimentos dessas mineradoras estão em áreas onde vivem indígenas em isolamento voluntário, da etnia Apiaká.

    "A mineração em terras protegidas na Amazônia, como as terras indígenas, deveria estar fora de questão, principalmente em um contexto de grave crise climática", afirma Rosana Miranda, consultora de campanhas da Amazon Watch.

    O documento aponta que a mineração na Amazônia causou um aumento de 62% no desmatamento entre 2018 e 2021. Além disso, a atividade é responsável por até 28% dos gases de efeito estufa lançados globalmente.

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