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    Bolsonaro, rei do desmatamento, publica versos de artistas progressistas em "Canção para a Amazônia"

    O governo Bolsonaro ficou conhecido internacionalmente por desmontar legislações ambientais e "passar a boiada" no que diz respeito à preservação do meio ambiente

    Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia (Foto: Agência Brasil)

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    247 - Em uma postagem desconectada da realidade, Jair Bolsonaro (PL) compartilhou no X, antigo Twitter, nesta terça-feira (4) trechos da "Canção para a Amazônia", interpretada por artistas progressistas. Vale lembrar que o governo Bolsonaro ficou conhecido nacional e internacionalmente por desmontar legislações ambientais e "passar a boiada" no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Entre os artistas citados na postagem estão Nando Reis, Arnaldo Antunes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Camila Pitanga, Daniela Mercury, Maria Bethânia, e outros. Veja abaixo a postagem: 

    Canção Pra Amazônia

    [Nando Reis]

    Maior floresta tropical da terra

    A toda hora sofre um duro golpe

    Contra trator, corrente, motosserra

    A bela flora clama em vão: Me poupe!


    [Diogo Nogueira]

    Porém, tem uma gente surda e cega

    Para a beleza e o valor da mata

    Embora o mundo grite que já chega

    Pois é a vida que desmate mata


    [Anavitória]

    Mais vasta ainda todavia é a devastação e o trauma

    Focos de fogo nos sufocam fauna, flora e até a alma


    [IZA e Gal Costa]

    Amazônia! Razão de tanta insânia e tanta insônia

    Amazônia! Objeto de omissão e ação errônea

    Amazônia! É sem igual, sem plano B, nem clone

    Amazônia!


    [Criolo]

    Desmonte pra desmate e desvario

    Liberam a floresta no Brasil

    Pro agrobiz e pra mineração

    Pra hidrelétrica, pra exploração


    [Xande dos Pilares]

    Recompensando o crime ambiental

    Desregulando o clima mundial

    Negam ciência, incêndio e derrubada

    Negando, vão passando a boiada


    [Arnaldo Antunes]

    Que ignorância, repugnância

    A cada lance, a cada vídeo

    Que grande bioecoetnogenomatrisuicídio!


    [Flor Gil e Djuena Tikuna]

    Amazônia! Abaixo o desgoverno que abandone a

    Amazônia! Não mais a soja, o pasto que seccione

    Amazônia! Não mais a carne, o prato que pressione a

    Amazônia!


    [Gilberto Gil]

    Dos povos da floresta sob pressão

    O indígena, seu grande guardião

    Em comunhão com ela há milênios

    Nos últimos e trágicos decênios


    [Milton Nascimento]

    Vem vendo a mata sendo ameaçada

    E cada terra deles atacada

    Por levas de peões de poderosos

    Com planos de riquezas horrorosos


    [Rincon Sapiência]

    É invasão, destruição

    Ódio a quem são seus empecilhos

    Eles não ligam pro amanhã

    Nem pro planeta dos próprios filhos


    [Gaby Amarantos e Duda Beat]

    Amazônia! Abaixo o madeireiro que detone a

    Amazônia! Abaixo o garimpeiro que infeccione a

    Amazônia! Abaixo o grileiro que fraciona

    Amazônia!


    [Samuel Rosa]

    Mais valiosa que qualquer minério

    Tragada pela mata que transpira

    A água que evapora, sobe e vira

    De veio subterrâneo a rio aéreo


    [Real]

    Mais volumosos do que o Amazonas

    Os rios voadores distribuem

    Seus límpidos vapores que afluem

    Ao centro-sul, chegando noutras zonas


    [Péricles]

    Então como é que na floresta mais chuvosa o fogo avança

    E ardendo em chamar nela queima de futuro uma esperança?


    [Camila Pitanga e Daniela Mercury]

    Amazônia! Não mais um mandatário que intencione a Amazônia! Nem mais um empresário que ambicione a Amazônia! Pra mais um ciclo de nação-colônia

    Amazônia!


    [Thaline Karajá]

    Visão monumental, que maravilha

    Obra da natureza que exubera

    De cores, seres, cheiros, som, de vida

    Tão pródiga, tão pura, tão diversa


    [Vitão]

    A fábrica de chuva mais prolixa

    A maquina do mundo mais complexa

    O doceanoverdeparaíso

    O coração pulsante do planeta


    [Maria Bethânia]

    Quinze mil árvores, contudo

    Agora estão indo pro chão

    Quinze mil vidas derrubadas

    Só durante o tempo desta canção!


    [Agnes Nunes e Céu]

    Amazônia! Quem nem desmatamento desmorone a Amazônia! E nem desmandamento deixe insone a Amazônia! E nem o aquecimento desfuncione a

    Amazônia!


    [Bacu Exu do Blues]

    O que o índio viu, previu, falou

    Também o cientista comprovou

    Desmate aumenta, o clima seco aquece

    A mata, o céu e a Terra, que estarrece


    [Chico César]

    Esse é o recado deles, lá no fundo

    Salve-se a selva ou não se salva o mundo

    Pra não torná-los um inferno, um forno

    Salve a amazônia do ponto sem retorno


    [Majur]

    Será que ainda está em tempo

    Ou o timing disso já perdemos?

    Pois, evitemos, pelo menos

    Os eventos mais extremos


    [Caetano Veloso e Preta Gil]

    Amazônia! Quando afinal o homem dimensione a

    Amazônia! Que venha a ter valido a nossa insônia

    Amazônia! Enquanto nos encante e emocione

    Amazônia!


    [Todos]

    Salve a amazônia!

    Salve-se a selva ou não se salva o mundo

    Salve a amazônia!

    Salve-se a selva ou não se salva o mundo

    Salve a amazônia!

    Salve-se a selva ou não se salva o mundo

    Salve a amazônia!

    Salve-se a selva ou não se salva o mundo

    Salve a amazônia!

    Salve-se a selva ou não se salva o mundo

    Salve a amazônia!

    Salve a amazônia!

    Salve a amazônia!

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