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Estudo da Nasa sobre temperaturas extremas não cita Brasil e teve dados distorcidos, apontam especialistas

Afirmação de que o Brasil ficaria inabitável em até 50 anos tem circulado nas redes sociais. Especialistas desmentem

Calor extremo no Brasil (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

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247 - Um estudo da Nasa que fez alertas importantes sobre o aumento de eventos com temperatura e umidade além do suportável pelas pessoas está tendo seus dados distorcidos nas redes sociais, informa o G1. Segundo a informação equivocada que viralizou nos últimos dias, o Brasil ficaria inabitável em um prazo de 50 anos por conta das altas temperaturas.

O estudo em questão foi feito por pesquisadores da agência espacial americana e publicado na “Science Advance”, em 2020. No entanto, o levantamento sequer cita o Brasil, não tem dados relevantes sobre a América Latina e não trata sobre lugares que ficaram inabitáveis em determinado período. A pesquisa fez uma análise de dados históricos entre 1979 e 2017 e não faz uma projeção para 2070, conforme apontam os boatos.

De acordo com o PhD em mudanças climáticas e pesquisador Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Pedro Camarinha afirma que o estudo é relevante e conhecido no meio acadêmico, mas teve seus dados distorcidos. “Não há absolutamente nenhuma informação sobre isso e qualquer base científica para dizer que o país ficaria inabitável. O estudo não faz uma projeção de como a Terra ficaria em 30 anos, até porque isso dependeria da análise de outras variáveis”, disse.

Já para Karina Lima, climatologista e divulgadora científica, não seria possível afirmar que o Brasil ficaria inabitável em 50 anos com os dados da pesquisa. “Concluir que o Brasil se tornará inabitável é um salto grande em relação às conclusões deste estudo específico. É cravar algo que este estudo não cravou”, afirmou.

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