Bailarina do Programa do Ratinho desabafa: "desestabilizada após piada racista"
"Quando o meu cabelo foi relacionado ao ‘piolho’, eu não soube mais como reagir. A partir dali, fiquei realmente no automático por ter ficado constrangida”, lembra Cíntia
247 - Em meio a uma polêmica envolvendo racismo e desrespeito, a bailarina Cintia Mello, conhecida por sua participação no programa do Ratinho, do SBT, expõe os efeitos devastadores de uma "piada" racista feita pelo apresentador durante uma transmissão. Em entrevista à revista Quem, Cintia Mello revelou que sua reação inicial foi de incredulidade diante do ocorrido. A dançarina descreveu o episódio como um momento em que uma brincadeira, encerrada inocentemente, se transformou em humilhação pública.
“Eu já estava em um dia atípico , porque enquanto eu estava trabalhando, minha filha não estava no hospital, então eu não estava muito bem. Quando o meu cabelo foi relacionado ao ‘piolho’, eu não soube mais como reagir. A partir dali, fiquei realmente no automático por ter ficado constrangida”, lembra Cíntia.
Após o incidente, Cintia Mello tentou dialogar com o apresentador sobre as implicações sociais e raciais de suas palavras, mas não obteve sucesso. "Após toda repercussão, busquei conversar com o próprio [Ratinho] e foi uma conversa realmente amigável, em que expliquei a ele alguns pontos sobre a situação, e o quanto eu estava chateada e desestabilizada com tudo aquilo. Tive resposta por um tempo, mas depois o diálogo acabou, porque não recebi mais respostas", relata.
Embora não tenha formalizado uma denúncia de racismo contra o apresentador, Cintia Mello confirma que a gravidade do incidente foi reconhecida pelo público. Mello também revelou o desprezo e a hostilidade que causou nos bastidores do programa. "Não recebi sequer um: 'Cintia você está bem?'. Não tive nenhum apoio, nenhuma ligação, realmente nada. Na verdade recebi um abraço de uma camareira que foi extremamente importante para mim", desabafa.
Após sua saída do programa, Cintia Mello recebeu uma oferta para retornar, mas ela expressou sua desconfiança em relação à realidade de um ambiente de trabalho onde foi tão maltratada. "Depois do meu desligamento, recebi uma ligação dizendo que as portas estariam abertas, o que, na realidade, depois do que eu passei nos bastidores, sabia que seria impossível, porque só eu sei o quanto fui hostilizado por algumas pessoas da equipe", conclui.
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