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    Bolsonaro, família e ministros já cometeram 449 ataques contra jornalistas, diz ONG

    Levantamento feito pela ONG Artigo 19 aponta que Jair Bolsonaro, seus filhos e ministros cometeram 449 ataques contra profissionais da imprensa. “Não tem precedente na história recente do país", resumiu Thiago Firbida, um dos coordenadores da ONG

    Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    Rede Brasil Atual - Monitoramento de violações contra jornalistas divulgado pela ONG Artigo 19 na última terça-feira (15), no marco do Dia Internacional da Democracia, revela que o presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e ministros cometeram 449 ataques contra profissionais da imprensa e comunicadores, desde janeiro de 2019 até agora.

    São ações de deslegitimação e estigmatização do trabalho da imprensa, além da exposição de jornalistas e comunicadores. Segundo o coordenador da área de proteção e segurança da Artigo 19, Thiago Firbida, que coordenou o levantamento, trata-se de uma “explosão de agressividade” nunca antes vista.

    “Não tem precedente na história recente do país – em qualquer governo, mais à esquerda ou à direita – de autoridades públicas do mais alto escalão tendo uma quantidade de ataques tão pesados e tão intensa quanto essa. Contudo, o que a gente vê é uma organização sistemática desses ataques”, afirmou Firbida, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual desta quinta-feira (17).

    Os discursos estigmatizantes contra a mídia computam 189 ataques. “É, por exemplo, mobilizar acusações falsas contra jornalistas, para colocar uma pecha sobre eles de que estão com uma agenda para tentar derrubar o governo ou algo do tipo”. Logo atrás, com 180 casos, estão as tentativas de deslegitimação. “Geralmente acontece quando o jornalista está cobrindo algum caso que embaraça ou envergonha o governo.”

    Comando

    Além disso, os ataques também funcionam com a exposição dos jornalistas nas redes sociais de Bolsonaro e dos seus colaboradores mais próximos. Após o comando inicial, eles passam, então, a serem atacados pelas milícias digitais e apoiadores do governo. Questões de gênero, raça e opção sexual são utilizadas para agredir o jornalista em questão.

    O mais grave, segundo Firbida, é o envolvimento de órgãos da administração pública nesses ataques. É o caso, por exemplo, da Secretária de Comunicação Social, que utiliza seus canais institucionais para detratar comunicadores. “Isso é censura, pura e simples. Inclusive, pode configurar irregularidade ou crimes que devem ser devidamente investigados”.

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