Bolsonaro planeja um golpe de Estado ou 'apenas' quer manter viva a polarização?
Artigo publicado nesta terça-feira (290 na Folha de S.Paulo por Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia pela USP, questiona se Bolsonaro planeja um golpe de Estado ou se o discurso delirante de extrema-direita é usado por ele e seu núcleo ideológico apenas para manter a polarização e tirar proveito dela
247 - O articulista Joel Pinheiro da Fonseca cita em artigo publicado nesta terça-feira (29) na Folha de S.Paulo, a posição de Bolsonaro e os integrantes do seu núcleo em defesa da ditadura e absurdos como dizer que o erro do regime militar foi ter matado pouco; lembra o recente discurso de Bolsonaro na ONU em que repetiu o elogio ao golpe militar, os ataques ao Foro de São Paulo e o vídeo no qual um leão, representando o presidente, era atacado por uma alcateia de hienas, sobre as quais pairavam o nome de diversos partidos políticos, de órgãos de imprensa e até mesmo de instituições como o STF.
"A retórica presidencial e de seu núcleo mais ideológico é uníssona em promover o estado de espírito exaltado que pode servir de preparo a um golpe. Os protestos no Chile e no Equador servem para insuflar seu discurso da ameaça comunista", escreve Joel Pinheiro da Fonseca.
De acordo com o articulista, "essa retórica só interessa, evidentemente, a quem quer deslegitimar todos esses agentes; e, possivelmente, tomar atitudes violentas contra eles. Afinal, trata-se de uma guerra".
Para Joel Pinheiro da Fonseca, o discurso de Bolsonaro e seu núcleo ideológico encoraja delírios, "mantendo viva a crença de que um ataque inimigo é iminente e de que é necessário aderir completamente à pessoa do presidente". "Os pressupostos necessários para que uma atitude emergencial drástica (fechar STF e Congresso? Perseguir adversários?) tenha apoio popular".
Joel Pinheiro da Fonseca deixa questões no ar: "Será que existe um plano concreto de ruptura institucional e supressão das liberdades democráticas do país? Ou apenas mantém viva essa possibilidade como um último recurso em caso de necessidade? Ou será que busca os ganhos políticos da polarização sem maiores pretensões?"
E conclui: "Dados os valores publicamente declarados de Bolsonaro, seríamos tolos se descartássemos qualquer uma dessas hipóteses".
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