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    Cristina Serra: 'CPI revelou submundo de crimes e trambiques'

    “Constata-se que havia um ministério subterrâneo, operado por “facilitadores”, aponta a jornalista

    Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios e jornalista Cristina Serra (Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil / Reprodução)

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    247 - “A maior concentração de vigaristas por metro quadrado da Esplanada gravitou (gravita?) em volta do Ministério da Saúde no momento em que mais precisávamos de gente séria e especializada”, diz a jornalista Cristina Serra sobre a atuação de "facilitadores" nas compras e diretrizes da pasta. “Os holofotes da CPI da Covid no Senado jogaram luz sobre novos personagens, mostrando como se conectam as engrenagens de um submundo de crimes e trambiques em torno das grandes compras e aquisições do governo Bolsonaro”, destaca ela em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo. 

    “Constata-se que havia um ministério subterrâneo, operado por “facilitadores”, autodefinição de Airton Soligo, assessor do então ministro Eduardo Pazuello” que “atuou durante dois meses sem nomeação oficial, sem agenda pública, sem assinatura de atos. Uma atuação clandestina e muito conveniente para quem não quer deixar rastro nem prestar contas a ninguém, a não ser ao chefe”, observa.

    Ainda segundo a jornalista, “outro ‘facilitador’ é o reverendo Amilton Gomes de Paula, que abria portas com impressionante facilidade e rapidez para negociar vacinas de vento” por meio de “uma complexa rede de entidades fantasmas”.

    “Uma delas, aberta na Flórida, nos EUA, registrou como diretores Bolsonaro, seu vice, Hamilton Mourão, o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e um certo tenente-coronel capelão Roberto Cohen. Tem todo jeito de ser picaretagem”, afirma. 

    “O enredo de terror tem ainda mais um militar, o coronel Marcelo Blanco, que deixou o ministério, criou uma empresa de representação na área médica e também facilitou um atalho para o notório cabo Dominguetti”, destaca. “Tais personagens ajudam a explicar como chegamos a ter 4.000 brasileiros mortos por dia de Covid. Hoje ainda choramos mil mortes diárias. É como se quatro aviões caíssem todos os dias. Sem nenhum sobrevivente”, finaliza.

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